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Jeff “Stinky” Turner com o microfone: punk rock e futebol. | Divulgação/
Jeff “Stinky” Turner com o microfone: punk rock e futebol.| Foto: Divulgação/

Quando Jeff Turner tinha 12 anos ouviu pela primeira vez os Sex Pistols tocando no radio. Era o ano de 1976. Mais de quarenta anos depois, Sinkty (“fedorento”, em inglês) como é mais conhecido, vocalista da lendária banda inglesa Cockney Rejects, se lembra do momento como uma “experiência eletrizante”.

Cockney Rejects

Shows de abertura: Dedo Podre + Ovos Presley + Sem Futuro.

Sexta-feira, (28), a partir das 22 horas, no Jokers Pub (Rua São Francisco, 164).

Ingresso: R$100 – lote promocional (na hora outro preço). Informações e reservas: 3324-2351

Pioneiros do “street punk”, os Cockney Rejects fazem seu primeiro show em Curitiba nesta sexta (28), no Jokers Pub a partir das 22h. Os shows de abertura ficarão a cargo das bandas curitibanas Dedo Podre, Ovos Presley e Sem Futuro.

Aquele dia em 1976 foi fundamental para Turner, e ele conta que o próximo passo era formar uma banda – como muitas que se formaram na Londres de então.

“O punk rock é tão forte por que é totalmente único” , disse Turner em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo.

No entanto, ainda que o som dos Pistols falasse diretamente ao coração dos quatro meninos pobres da região leste de Londres, toda circunstância que envolveu o “movimento punk” como a moda, não eram para eles.

Veja a banda em um clipe de 1980:

“A coisa da moda era uma m... Nós somos da classe operária e aquilo era coisa dos riquinhos de Chelsea. Nós éramos totalmente diferentes daquilo”.

Assim, os Cockney Rejects rumaram para outro lado, longe das frescuras intelectualoides que cercavam a primeira geração do punk. Ao lado de bandas como Sham 69 construiu o “street punk” ou do “Oi” como o estilo ficou conhecido em razão de uma das musicas de Turner.

“Era basicamente o punk rock vindo dos subúrbios, mais agressivo e realista, das ruas, sem a comercialização”, explica.

Punk rock e futebol

Fanáticos por futebol, o “Rejects” foi a primeira banda a assumir a torcida por um clube. Era a voz das arquibancadas do pequeno e tradicional West Ham. “Os times menores são as raízes verdadeiras do futebol”, filosofa.

Torcedor da velha guarda, Turner, e todos os membros do Rejects, são totalmente contrários àquilo que se chama de “futebol moderno”: clubes empresa, arenas, jogadores superestrelas etc.

“Eu odeio o futebol moderno. É tudo apenas um grande negócio que paga salário obscenos. Matou o que o futebol representava para o homem comum”.

Coube aos Cockney Rejects fazer uma show de despedida no último jogo no histórico estádio Upton Park em 2016, após o clube vender a área e se mudar para o Estádio Olímpico de Londres.

“Foi uma emoção muito grande. Doeu muito dizer adeus a 120 anos de história. Nunca mais vai ser a mesma coisa”, lamenta Turner.

Uma canção para a Chapecoense

Um dos mais famosos torcedores do futebol inglês, Turner serviu de consultor do roteiro de filmes e série sobre as torcidas organizadas dos anos 1980, mas diz que não é um hooligan.

“Eu continuo indo aos jogos. Eu andei com torcidas organizadas quando era muito jovem, mas agora eu sou um avô de 53 anos. Brigar por futebol é algo que não me interessa há tempos”.

Escute a canção que a banda compôs para Chapecoense após a tragédia:

O que o tocou profundamente foi o acidente com o avião da Chapecoense no ano passado. Turner escreveu uma canção sobre a tragédia. “Isso tocou nossos corações. Futebol pelo mundo inteiro deveria ser uma grande família e eu espero que a canção mantenha esta terrível tragédia visível. Eles não podem ser esquecidos”.

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