Canções e contos para (tentar) esquecer as telinhas

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Canções populares embalaram as tardes de pais e crianças que foram ao espetáculo “Tucantaconto!”, uma das peças do Guritiba, programação do Festival de Teatro de Curitiba voltada para o público infantil, apresentada no sábado e no domingo no auditório Poty Lazzarotto, no Museu Oscar Niemeyer. Com músicas conhecidas, cenário e figurinos coloridos e brincadeiras com a plateia – como jogar balões gigante para o público brincar – a peça não tem muito como errar e cumpre a promessa de ser “para toda a família”

Quem está acostumado a assistir a DVDs ou já foi a shows do Palavra Cantada acaba se lembrando do grupo. Entre os instrumentos, há os mais tradicionais, como baixo e bateria, e também sons com objetos e com percussão no próprio corpo. Além da música, o espetáculo também tem contações de histórias, com breves contos que também são permeados por músicas e efeitos sonoros.

A interação ao cantar “O Sapo não Lava o pé”, “Cai cai balão” e “Samba Lelê” trouxe um clima amistoso para o teatro, adultos e crianças se misturaram no mesmo ritmo. Muitas crianças não se contentaram em ficar perto do palco embaixo pulando e dançando e se amontoaram nas escadas que dão acesso ao palco do para acompanhar o show bem de perto.

Os atores/cantores tinham uma postura que criava intimidade com o público infantil, sem precisar fazer aqueles exageros caricatos que infantilizam demais as coisas e são bobos até para crianças. Destaque para a atriz Mel Maranhão, que além de muito afinada, teve um senhor jogo de cintura para lidar com as crianças que queriam subir no palco,

No fundo, o cenário era preenchido por uma projeção em datashow, que anunciava a “Hora do Conto” e mostrava imagens de patinhos, sapos ou estrelas, conforme a música que estava sendo cantada. Talvez para os pequenos habituados a ver vídeos na internet as imagens sejam atrativas. Mas, no contexto colorido e criativo, essa opção empobreceu a proposta. Talvez algo mais simples, com um jeito mais artesanal, casasse melhor.

Mas para uma geração tão acostumada a conhecer as canções tradicionais pelas telas de tablets e celulares, na voz de uma galinha azul, a experiência é, sem dúvida enriquecedora, pelo encontro que o ambiente do teatro traz, unindo a música, dança, fantasia e brincadeira simples.