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Steve Carell e Ryan Gosling são investidores que anteveem a crise em “A Grande Aposta”. | Divulgação
Steve Carell e Ryan Gosling são investidores que anteveem a crise em “A Grande Aposta”.| Foto: Divulgação

Não é preciso entender de commodities, rating ou swap para se divertir com “A Grande Aposta”, filme de Adam McKay que estreou nesta semana nos cinemas e é um dos indicados ao Oscar de melhor filme. Toda a ação gira em torno de investidores e a derrocada que levou à crise financeira de 2008, aquela que em um piscar de olhos levou a economia dos EUA ao colapso.

É fato que, para quem não é familiarizado com economia e seu vocabulário peculiar, há momentos em que os personagens parecem estar falando mandarim. Mas a narrativa engenhosa construída pelo diretor, aliada ao excelente desempenho do elenco, faz com que isso acabe se tornando um mero detalhe.

“A Grande Aposta” é uma adaptação do livro homônimo de Michael Lewis, cujas obras já renderam para o cinema “Um Sonho Possível” e “O Homem que Mudou o Jogo”. Aqui, o escritor narra a história real de um grupo de investidores que anteviu a explosão da bolha imobiliária americana e, contrariando o mercado, apostou na sua bancarrota.

Cinco

“A Grande Aposta” recebeu cinco indicações ao Oscar: melhor filme, diretor (Adam McKay), ator coadjuvante (Christian Bale), roteiro original e edição. Antes, o filme havia sido indicado em duas categorias no Globo de Ouro, melhor filme de comédia ou musical e melhor roteiro. Não ganhou nenhum.

O primeiro a jogar as fichas foi Michael Burry (Christian Bale, indicado ao Oscar), que analisa números fechado em seu escritório, descalço e ouvindo heavy metal. Na sequência vieram o agente Mark Baum (Steve Carell, igualmente ótimo) e Ben Rickert (Brad Pitt), investidor aposentado que, por alguma razão, decide ajudar dois jovens corretores a ganhar dinheiro.

A partir desses personagens, o filme vai desvelando os meandros do mercado financeiro e revelando como um aparente cenário de estabilidade foi desmoronando rumo ao caos. Para isso, o diretor Adam McKay lança mão de uma narrativa ágil, que, em vez de tentar ser didática, usa humor, diálogos ácidos, câmera frenética e referências pop.

Personagens falam para a câmera e, para explicar expressões do mercado financeiro, o cineasta coloca uma mulher em uma banheira ou o cozinheiro Anthony Bourdain. Esse é o espírito de “A Grande Aposta”, um filme que pega um tema espinhoso e consegue transformá-lo em uma história absurdamente eletrizante.

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