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Anna Kendrick e Ben Affleck mergulhados em números antes de fugir de assassinos | Chuck Zlotnick/Divulgação
Anna Kendrick e Ben Affleck mergulhados em números antes de fugir de assassinos| Foto: Chuck Zlotnick/Divulgação

Você já ouviu falar da síndrome de Asperger? Primeiramente, é bom ressaltar, não se trata de uma doença, mas de um Transtorno de Aspecto Autista, que faz com que a pessoa tenha um comportamento fora dos padrões, mas não impede que ela tenha uma vida normal. O distúrbio já foi abordado algumas vezes no cinema, mas nunca da forma como aparece em “O Contador”, thriller estrelado por Ben Affleck que chega esta semana aos cinemas.

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Assim como no autismo na sua forma mais conhecida, as pessoas com Asperger têm dificuldades para interação social. Muitas vezes desenvolvem alguma habilidade específica, relacionada a alguma área de interesse ou memorização de fatos. No caso de Christian Wolff, o protagonista de “O Contador”, como indica o título, se trata de um gênio com os números, capaz de levantar dados e executar cálculos extremamente complexos em questão de horas.

Porém, não se trata da única habilidade do personagem, como vai desvendar a narrativa. O que se pode dizer sem entregar spoilers é que Wolff leva uma vida dupla. Primeiro aparece em um pequeno escritório atendendo um casal simples de idosos. Depois, é contratado por intermédio de uma voz misteriosa para sanar os problemas de uma gigante do mundo corporativo. Paralelamente, o contador é investigado por aparecer constantemente ao lado de terroristas islâmicos.

Antes que consiga concluir a investigação contábil para a qual foi contratado, um dos diretores da empresa é morto em circunstâncias misteriosas. E Wolff passa a ser perseguido por assassinos profissionais, juntamente com Dana (Anna Kendrick), a ingênua contadora que o auxilia. E assim o diretor Gavin O’Connor e o roteirista Bill Dubuque vão revelando ao espectador quem de fato é o personagem.

Toda a trama está relacionada à síndrome que tem o personagem. Dos flashbacks da infância, quando os pais buscam tratamento para o filho, passando pelas crises sofridas quando adulto, até a resolução encontrada para justificar a vida dupla levada por Wolff. Em entrevista ao Estado de S. Paulo, Ben Affleck contou que ele e o diretor fizeram pesquisas com famílias e instituições ligadas ao Asperger. “Quem está no espectro autista tem alguma dificuldades, mas também muitas vantagens. Para mim, o filme celebra nossas diferenças e as aceita, observando-as sem julgamentos.”

Síndrome de Asperger

A síndrome de Asperger foi assim denominada em 1944, após um estudo do pediatra austríaco Hans Asperger, que observou padrões de comportamento em crianças do sexo masculino. A pesquisa concluiu que as crianças avaliadas tinham desenvolvimento de linguagem e cognitivo normal, mas com comprometimento na comunicação e interação social.

“Embora características ‘normais’ de linguagem seja uma característica que distingue Asperger de outras formas de autismo, usualmente há algumas diferenças observáveis na forma como essas crianças usam a linguagem. Essa é a habilidade em que são mais fortes, às vezes muito fortes”, explica em artigo o médico americano Stephen Bauer, um dos primeiros a estudar a síndrome.

Isso faz com que elas geralmente desenvolvam habilidades específicas e, diferente do personagem de Ben Affleck, com foco em apenas uma determinada atividade.

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