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Primeiro longa-metragem de Fellipe Barbosa fala sobre transformações sociais no Brasil. | Pedro Sotero/Divulgação
Primeiro longa-metragem de Fellipe Barbosa fala sobre transformações sociais no Brasil.| Foto: Pedro Sotero/Divulgação

Ao esboçar um retrato de transformações profundas na sociedade brasileira logo em um momento de polarização do país, a estreia nacional Casa Grande, primeiro longa-metragem de ficção do diretor carioca Fellipe Barbosa, pode parecer inflamável.

Mas, mesmo tocando em feridas abertas e explorando universos complexos e ambíguos como a relação entre patrões e empregados, o filme, que já tem uma bem-sucedida trajetória ao longo de 60 festivais desde 2014, se aproxima mais de um antídoto.

Confira no Guia onde assistir ao filme.

Inspirado, em parte, por passagens de sua própria vida, Barbosa colocou no centro da história o jovem Jean (Thales Cavalcante), estudante de 17 anos de um colégio tradicional do Rio de Janeiro só para meninos. Seu pai, o economista Hugo (Marcello Novaes), sofre um revés financeiro associado à queda das ações de Eike Batista – fato que esconde da família até que a crise se impõe. A mãe, Sônia (Suzana Pires), então professora de francês, começa a vender cosméticos; Hugo passa a cuidar do próprio jardim e a frear os gastos com energia que a mansão em que vivem consome. E demite o motorista Severino (Gentil Cordeiro), que levava Jean para o colégio.

É indo de ônibus para a escola que o adolescente começa uma jornada de tomada de consciência enquanto a falência da família se aprofunda. No caminho, conhece uma estudante, parda e moradora da Rocinha, que se torna outro ponto de intersecção e tensão social. Mas o viés não é de sociologismo, de embate ideológico, de agressividade. É um retrato aguçado, comovente, divertido.

“Percebo um desejo de linchamento, um desejo de as pessoas expiarem seus próprios pecados, uma falta muito grande de compaixão”, diz o diretor. “E aí, não sei como o filme se articula com isso tudo. Porque acho que ele é cheio de compaixão, pelos dois lados, por todos os personagens.” GGGG

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