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Canção “Planetário”, da banda Supercolisor, ganhou clipe feito pelo estúdio Bonk! | Divulgação
Canção “Planetário”, da banda Supercolisor, ganhou clipe feito pelo estúdio Bonk!| Foto: Divulgação

O Paraná tem confirmado a vocação de celeiro de produtos digitais de entretenimento, como games e animações. Neste momento há três estúdios locais com séries de desenhos em grandes canais de televisão. Brichos estreou no último dia das crianças no Nickelodeon, com 13 episódios, e já tenta financiar a próxima temporada. O diretor Paulo Munhoz também já trabalha no roteiro do terceiro longa-metragem de animação com esses animaizinhos brasileiros coloridos.

O bizarro desenho Carrapatos e Catapultas, do estúdio Zoom Elefante, deve voltar ao Cartoon Network em julho em nova temporada, depois de exibir os 13 primeiros episódios. A série tem uma característica muito apreciada pelas crianças, que é meleca para todo lado. E Carlos, do estúdio Spirit Animation, tem contrato para exibir o desenho que ensina a comer melhor com o canal Disney XD para a América Latina.

Assista a alguns vídeos feitos no Paraná

Mesmo gente que está começando tem tido encomendas nessa área, como o estúdio curitibano Bonk!, que acaba de lançar um clipe de animação para a banda amazonense Supercolisor. A canção ‘Planetário”, que fala de um outro planeta “à beira da galáxia de leite” foi ilustrada tendo como personagem um astronauta passeando por um mundo diferente, conhecendo seus animais e cavernas. O intruso acaba tragado, numa sugestão de que esse “outro lugar” tão interessante são as próprias memórias da pessoa.

“Eles nos deram as premissas da música e tivemos a liberdade de criar todo o conceito e o roteiro”, conta o animador Edgar Costa, que conheceu a banda amazonense num show.

O acabamento do clipe usa muita cor e dinamismo. “Investimos um tempo considerável na construção da história – queríamos que o conceito fosse atemporal e fácil de assimilar, de forma que a interpretação coubesse ao espectador”, explica Costa.

O premiado curta “Gente Grande”, feito em Curitiba.Divulgação

Técnica

O bom resultado do clipe de “Planetário” passa pelo uso da técnica “quadro a quadro”. Apesar de existirem softwares que facilitam um pouco o trabalho da animação feita em computador, alguns estúdios preferem manter a técnica tradicional do desenho feito “à mão”.

Isso quer dizer que, se o formato do produto for de 24 quadros (frames) por segundo, serão 24 telas diferentes a serem criadas. Com um programa de computador é possível automatizar parte desse trabalho, fazendo o “esqueleto” de um movimento (por exemplo, um boneco sentado e depois em pé) para que o software complete a ação.

A vantagem do trabalho “humano” é a fluidez do desenho, mais usado no cinema. É o método Disney, por exemplo. Se o resultado fica melhor? “Daí depende do animador”, alerta Walkir Fernandes, do estúdio Dogzilla. Ele dirigiu e animou o curta-metragem Gente Grande, com roteiro de Caroline Santos, premiado no edital Cine Ambiente dos Ministérios do Meio Ambiente e Ministério da Cultura. O vídeo usa as duas técnicas de animação citadas e apresenta uma simpática garota que quer salvar o meio-ambiente.

A vantagem da animação automatizada é a rapidez para grandes volumes de trabalho, necessária para finalizar séries animadas para televisão. A técnica, conhecida como “cut-out”, se popularizou há cerca de 10 anos.

Você deve estar se perguntando: “e os desenhos em 3D, que são a maioria?”. Normalmente a técnica usada para esses casos é outra, mas não é impossível usar o modelo artesanal. O animador Maurício Perin lembra o exemplo do game japonês Guilty Gear Xrd, lançado no ano passado, que é 3D, mas desenhado quadro-a-quadro.

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