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Geoff Johns, novo presidente da DC Entretenimento | Luigi Novi/Wikimedia Commons
Geoff Johns, novo presidente da DC Entretenimento| Foto: Luigi Novi/Wikimedia Commons

O caminho de volta à glória dos filmes de super-heróis tem sido bem acidentado para a Warner Brothers e a DC Entretenimento quando deveria ser bem suave.

Depois de três filmes tentando construir um universo cinematográfico interconectado com alguns do super-heróis mais reconhecíveis do mundo, um padrão perturbador está emergindo. Primeiro, há um trailer fantástico. Logo antes de o filme estrear, há uma enxurrada de críticas negativas na imprensa. Depois, há um fim de semana de estreia de 100 milhões de dólares. E então uma queda drástica no faturamento na semana seguinte.

Não pode ser isso que Warner Brothers/DC tinham em mente quando decidiram usar seus personagens para tentar desafiar a dominância dos Estúdios Marvel nos filmes de super-herói. Mas, em vez de se concentrar em quais super-heróis têm em seus cofres que possam por um fim a essa tendência, Warner Brothers/DC deveriam manter a calma, sabendo que o herói de que eles precisam é alguém que passa por seus escritórios o tempo todo: Geoff Johns.

Johns, que foi oficialmente confirmado pela Warner Brothers como o presidente da DC Entretenimento mês passado, está conectado com a era de ouro original de filmes de super-heróis da DC, tendo sido estagiário do diretor do “Super-Homem” original, Richard Donner. Previamente diretor de criação da DC, ele supervisionou – quando não escreveu ele próprio – algumas das histórias mais populares da DC ao longo dos últimos 10 anos (Lanterna Verde e o Flash para mencionar alguns).

A atual era “Renascimento” da DC tem o DNA de quadrinhos de Johns por todo o lado, sendo que ele ajudou a eliminar o polarizador reboot “Os Novos 52” e trouxe a DC Comics de volta aos seus fundamentos no estilo de contar histórias para a ampla aprovação dos fãs.

O que a Warner Brother/DC precisa mais do que qualquer coisa agora é um mestre na arte de contar histórias. O “Homem de Aço” de Zack Snyder e “Batman vs. Superman: A Origem da Justiça” foram visualmente espetaculares, mas as palavras saindo das bocas dos personagens poderiam ter sido um pouco mais bem trabalhadas.

Mãos de tesoura

Em “Esquadrão Suicida”, Warner Brothers/DC tinham o diretor/roteirista David Ayer, o homem que escreveu “Dia de Treinamento”. Ayer entende de diálogos. Seu time de super-vilões tinha profundidade e coração, mas a Warner Brothers veio de tesouras nas mãos pronta para deixar as coisas mais leves depois da reação da crítica a “Batman vs. Superman”, o que explica porque tivemos tão pouco do Coringa de Jared Leto no filme.

Johns pode ser a pessoa que pode ajudar a fechar o espaço entre os fãs dedicados e os críticos em relação aos filmes da DC. Ele tem um conhecimento enciclopédico da DC Comics e uma inclinação por contar histórias nos quadrinhos, mas também pode supervisionar um episódio de televisão, como mostra o “The Flash” do canal de TV americano CW

Talvez você esteja lendo isso e já esteja pronto para jogar a carta do “Lanterna Verde”. Sim, esse filme não foi um bom exemplar do gênero de super-heróis. E, dado que Johns era o escritor dos quadrinhos do Lanterna Verde há anos quando o filme estreou, você poderia pensar que ele poderia ter tido mais impacto. Mas você realmente acha que Johns foi capaz de influenciar a filmagem de “Lanterna Verde”, antes de a Warner Brothers sequer saber que queria construir um universo cinematográfico conectado?

Warner Brothers/DC têm os fãs dedicados da DC acorrentados. Eles não vão a lugar nenhum. Esses fãs vão inundar as primeiras exibições na quinta e na sexta-feira e te levar a uma estreia de 100 milhões de dólares. Mas a longevidade dos filmes de super-heróis nunca dependeu só de agradar os fãs. Você tem de envolver o público geral e sua propaganda de boca em boca também para que um filme de super-herói tenha sucesso com as próprias pernas.

Conhecimento enciclopédico

Johns pode ser a pessoa que pode ajudar a fechar o espaço entre os fãs dedicados e os críticos em relação aos filmes da DC. Ele tem um conhecimento enciclopédico da DC Comics e uma inclinação por contar histórias nos quadrinhos, mas também pode supervisionar um episódio de televisão, como mostra o “The Flash” do canal de TV americano CW.

Johns também não é um estranho no ramo de conserto de ícones da DC. Quando a DC Comics transformou o Lanterna Verde/Hal Jordan em um vilão maléfico nos quadrinhos, afastando alguns fãs no processo, Johns foi quem trouxe Jordan de volta ao seu status heroico, para aclamação da crítica. Durante o tempo em que escreveu o Flash, sua temporada com o Corredor Escarlate foi sublinhada pela maneira divertida como usou a galeria vermelha de vilões do Flash, o que teve uma forte influência no sucesso do seriado de televisão “The Flash” no CW.

Renascimento

Para a era “Renascimento” da DC que estreou neste verão, o conto de edição única “Renascimento” de Johns trouxe de volta fãs com esperança renovada por todas as coisas da DC depois que muitos foram embora quando “Os Novos 52” não funcionou para eles. Não há razões para pensar que ele não pode fazer a mesma mágica em um novo meio.

A era de Johns supervisionando os filmes da DC oficialmente começa com sua nova promoção. Ele também recebeu crédito pelo roteiro no ainda não lançado “Mulher Maravilha” de Patty Jenkins, e tem dito repetidamente que está trabalhando com Ben Affleck em um filme solo do Batman.

Se Warner Brothers/DC estão de fato procurando fazer mais filmes do Super-Homem com Henry Cavill, como indicam os rumores, Johns já escreveu histórias do Super-Homem o suficiente para saber o que poderia funcionar melhor para o personagem na telona. Esses são projetos que potencialmente têm o poder de trazer equilíbrio competitivo para uma corrida armamentista dos filmes de super-herói que a Marvel não deveria estar ganhando tão facilmente.

O caminho criativo pra consertar o universo cinematográfico da DC Comics é simples: esse é um trabalho para... Geoff Johns.

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