• Carregando...
“Hail Ceasar!”, dos irmãos Coen, abre o Festival de Berlim na quinta (11) | Divulgação/
“Hail Ceasar!”, dos irmãos Coen, abre o Festival de Berlim na quinta (11)| Foto: Divulgação/

A partir da próxima quinta feira (11), Berlim é o centro do mundo para quem se importa com cinema. A capital alemã é lugar de um dos maiores festivais da área, a chamada Berlinale, que completa 66 anos em 2016.

A abertura do evento será com “Hail Ceasar!”, de Joel e Ethan Coen, exibido fora de competição. O filme traz um elenco de peso, encabeçado por George Clooney.

Ambientada durante os últimos anos da era de ouro de Hollywood, no auge do sistema de estúdios, a comédia se passa em um único dia na vida de um profissional do cinema às voltas com uma série de problemas, inclusive manter o astro Baird Whitlock (Clooney) na linha.

A Berlinale termina no dia 21, um domingo, quando será reprisado o vencedor do Urso de Ouro, conhecido na véspera.

A seção mais importante do evento, cujo júri será presidido pela atriz americana Meryl Streep, exibirá um total de 23 filmes, 18 em competição.

A seleção inclui diversos filmes com viés político – uma das características do festival – e, neste ano, com ênfase nos movimentos migratórios e de refugiados.

Como dito pelo próprio Dieter Kosslick, diretor do festival: “Viver com imigrantes mudou nossa sociedade de forma positiva e a Berlinale, como uma zona de tolerância, teve muita prática com esse tipo de experiência”.

Assim, com um número predominante de títulos, a delegação europeia tem como destaques: “Fuocommare”, do italiano Gianfranco Rosi, sobre os refugiados de Lampedusa; “Cartas da Guerra”, de Ivo Ferreira (Portugal) sobre a guerra colonial; “The Commune”, inédito do dinamarquês Thomas Vinterberg; “Quand on a 17 ans”, do francês André Téchiné; e “Morte a Sarajevo”, do bósnio Danis Tanovic.

Também é aguardado com expectativa “Genius”, estreia no cinema do diretor teatral inglês Michael Grandage.

Os anfitriões mostrarão “Alone in Berlin”, drama de Vincent Perez ambientado na era nazista e estrelado por Brendan Gleeson, Emma Thompson e Daniel Bruhl; e “24 Weeks”, de Anne Zohra Berrached.

Dos Estados Unidos, um dos mais aguardados é e o thriller “Midnight Special”, de Jeff Nichols, com Michael Shannon, Joel Edgerton e Kirsten Dunst.

A América Latina está representada pela produção mexicana “Soy Nero”, sobre um imigrante ilegal, dirigida pelo cineasta iraniano Rafi Pitts.

Fora de competição, além do filme de abertura, o grande destaque é “Chi-Raq”, musical de Spike Lee.

Brasileiros

Ausente da competição oficial de longas, o Brasil concorre ao Urso de Ouro na mostra de curtas-metragens com “Das Águas que Passam”, de Diego Zon, que segue o cotidiano de um pescador e seu amor pelo litoral, de onde tira seu sustento e constrói sua identidade.

Numa declaração para a Gazeta do Povo, Zon disse que foi com muita surpresa que recebeu a notícia.

“Ao inscrever o filme imaginava que, caso fosse selecionado, seria em uma mostra paralela e não na competitiva oficial. Ainda estou tentando acreditar”, comemora o diretor capixaba.

Dois títulos brasileiros participam da Mostra Panorama de ficção: “Antes o Tempo não Acabava”, de Fábio Baldo e Sérgio Andrade; e “Mãe só há uma”, de Anna Muylaert, que em 2015 ganhou o Prêmio de Audiência da Mostra com “Que Horas ela Volta?”. Seu novo filme é a história real de um menino roubado na maternidade que cresce com a família trocada.

O Brasil também está presente na Panorama Documenta com Curumim, de Marcos Prado, que acompanha os últimos momentos da vida de Marco Archer, brasileiro executado na Indonésia em 2015 por tráfico de drogas.

Paralelas

Além dos brasileiros, entre os destaques da Panorama , mostra destinada a filmes de cunho social e qualidade artística, está “War on Everyone”, de John Michael McDonagh, que abrirá a Mostra juntamente com “El Rey del Once”, de Daniel Burman.

Outros destaques incluem: “Little Men”, de Ira Sachs (EUA), com roteiro do brasileiro Maurício Zacharias e coprodução da brasileira RT Features; “Indignation”, estreia do produtor James Schamus (baseada no livro homônimo de Philip Roth); “Remainder”, primeiro longa de Omer Fast; “Maggie’s Plan”, de Rebecca Miller; e “While the Women are Sleeping”, do japonês Wayne Wang.

Um dos títulos mais aguardados da Fórum – outra prestigiada paralela – é “Dans les Bois”, do francês Guillaume Nicloux, com Gerárd Depardieu no papel de um caçador solitário.

Homenagens e retrospectiva

O Urso de Ouro honorário, reconhecimento pelo conjunto da obra, irá para o cinematógrafo alemão Michael Ballhaus, de 81 anos. Ele fez a fotografia de vários filmes importantes, incluindo “Os Infiltrados” (2006), de Martin Scorsese.

O destaque da Berlinale Classics é a première mundial da versão restaurada de “Destiny” (1921), de Fritz Lang.

Na retrospectiva intitulada “Germany 1966 – Redefining Cinema”, serão mostrados dois dos chamados “filmes proibidos” da Alemanha Oriental: “Karla”, de Hermann Zschoche e “Nascido em 45”, de Jürgen Böttcher.

FILMES DA MOSTRA OFICIAL

Boris sans Béatrice, de Denis Côté – Canadá

Genius, de Michael Grandage – UK, EUA

Alone in Berlin, de Vincent Perez – Alemanha / França / UK

Midnight Special, de Jeff Nichols – EUA

Zero Days, de Alex Gibney – EUA – documentário

Cartas da Guerra, de Ivo M. Ferreira – Portugal

A Dragon Arrives, de Ejhdeha Vared Mishavad – Irã

Fire at Sea, de Gianfranco Rosi – Itália – documentário

A Lullaby to the Sorrowful Mystery, de Lav Diaz – Filipinas

The Commune, de Thomas Vinterberg – Dinamarca

L’avenir, de Mia Hansen-Love – França

Quand on a 17 ans, de André Téchiné – França

Mort à Sarajevo, de Danis Tanovic – Bosnia Herzegovina

United States of Love, de Tomasz Wasilewski – Polônia

24 Weeks, de Anne Zohra Berrached – Alemanha

Crosscurrent, de Yang Chao – República da China

Hedi, de Mohamed Ben Attia – Tunísia / Bélgica / França (primeiro longa)

Soy Nero, de Rafi Pitts – Alemanha / França / México

Fora de competição

Hail Caesar!, de Joel e Ethan Coen

Chi-Raq, de Spike Lee – EUA

Des Nouvelles de la Planète Mars, de Dominik Moll – França / Bélgica

The Patriarch, de Lee Tamahori – Nova Zelândia

Saint Amour, de Benoït Delépine, Gustava Kervern - França / Bélgica

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]