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Stanley Kubrick, morto em 1999 | Creative Commons/
Stanley Kubrick, morto em 1999| Foto: Creative Commons/

Diretor de clássicos como “Laranja Mecânica” (1971) e “2001: Uma Odisseia no Espaço” (1968), Stanley Kubrick planejava filmar seu primeiro longa infantil pouco antes de morrer, em 1999, disse seu amigo e ex-assistente Emilio D’Alessandro ao jornal britânico “The Guardian”.

D’Alessandro trabalhou próximo ao cineasta por mais de 30 anos. Segundo ele, Kubrick pensava em fazer sua própria versão da história de Pinóquio. “Ele me mandou comprar livros italianos sobre o personagem”, contou. “Ele queria fazer algo realmente grande. Dizia: ‘Seria muito bom se eu pudesse fazer crianças se sentirem felizes com este Pinóquio’.”

Ainda de acordo com o ex-assistente, o projeto não tinha ligação com “A.I. - Inteligência Artificial” (2001), o filme de ficção científica que é uma espécie de versão robô da história de Pinóquio.

Planejado por Kubrick no início da década de 1990, “A.I.” acabou caindo nas mãos de Steven Spielberg -considerado por ele o nome ideal para tocar o projeto, pela competência em trabalhar com efeitos especiais e a facilidade para lidar com crianças. O longa é baseado no conto “Supertoys Last All Summer Long”, do escritor inglês Brian Aldiss.

Segunda Guerra

D’Alessandro é autor do livro “Stanley Kubrick and Me: Thirty Years at His Side” (Stanley Kubrick e eu: trinta anos ao seu lado), publicado originalmente em italiano há dois anos.

Ao “Guardian”, ele ainda mencionou planos do cineasta de realizar um filme sobre Monte Cassino, um dos mais sangrentos episódios da Segunda Guerra Mundial. A batalha foi travada em 1944, quando os países aliados bombardearam a região da cidade de Cassino, na Itália, com o objetivo de romper a Linha de Inverno, dominada pelos alemães, e conquistar Roma.

O coautor do livro, Filippo Ulivieri, um dos maiores especialistas na obra de Kubrick, afirmou que por muitos anos o diretor quis fazer um segundo filme de guerra. Seu primeiro do gênero, “Glória Feita de Sangue” (1957), estrelado por Kirk Douglas, é ainda hoje uma das mais poderosas produções antibelicistas do cinema.

Segundo D’Alessandro, os dois projetos - Pinóquio e Monte Cassino - começaram a tomar forma na mente do diretor em 1999, quando ele ainda filmava seu último longa, “De Olhos Bem Fechados”, um thriller psicossexual com Tom Cruise e Nicole Kidman.

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