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“Where to Invade Next” critica política intervencionista americana | Divulgação/
“Where to Invade Next” critica política intervencionista americana| Foto: Divulgação/

O diretor Michael Moore, vencedor do Oscar e da Palma de Ouro, é conhecido como um dos maiores antagonistas da política capitalista e intervencionista dos Estados Unidos.

Em parte por isso, “Where to Invade Next” (“Onde Invadir a Seguir”), seu novo filme, foi mostrado na última sexta-feira (2), no Festival de Nova York.

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Moore é diretor de documentários polêmicos, recordes de bilheteria em filmes como “Tiros em Columbine” (2002), sobre a cultura das armas e a tragédia de Colorado; o impactante “Fahrenheit 11 de setembro” (2004), questionando as ligações do governo com o atentado ao WTC; e “Sicko $O$ Saúde” (2007), um filme em tom de denúncia sobre seríssimos problemas de saúde pública.

Ele agora está de volta com mais uma crítica, desta vez numa abordagem diferente. Deixando sempre implícito que seu alvo é a política americana, ele viaja para a Europa para destacar ações que deram certo: a política antidrogas de Portugal, os colégios finlandeses e franceses, as prisões modelo da Noruega e outras.

Após seis anos longe dos holofotes, “Where to Invade Next” é seu primeiro trabalho desde “Capitalismo: uma História de Amor”, sobre a crise financeira global, que também foi mostrado aqui no NYFF em 2009.

Na coletiva após a projeção – da qual participou a Gazeta do Povo – Moore, como sempre de jeans, boné e seu característico jeito divertido, falou sobre a origem do filme e as razões do seu tom crítico.

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“O problema de os Estados Unidos estarem envolvidos em guerras infinitas é algo que já me preocupa há bastante tempo. Além disso, há alguns anos atrás, quando saí da Universidade, passei uns tempos na Europa e achei uma boa ideia falar das coisas que coloco no filme”, disse Moore, respondendo em seguida a uma pergunta: por que só mostrou coisas elogiáveis desses países citados no novo filme?

“Pode parecer isso, mas no filme eu procurei separar o joio do trigo. Claro que nesses países também há problemas”, disse. Moore disse que o tom de sátira não foi intencional, mas ele tem faz sentido.

“O que mostro no filme é algo que me preocupa e daí provém o viés satírico do filme”, disse Moore, que vinha mantendo seu filme em total sigilo, informando apenas que se tratava de um épico.

“É um filme de natureza épica, mas acima de tudo é um alerta de fatos e situações que prejudicam milhões de pessoas, não só aqui, mas no mundo todo”, concluiu.

Indagado sobre os resultados que espera com o filme, Moore disse que imagens podem mudar as pessoas.

“É importante que aconteça algo e espero isso com meus filmes. A imagem daquele menino morto na praia, por exemplo, já mudou muita coisa na política da Alemanha no assunto”, lembrou Moore, se referindo à foto do menino sírio afogado numa praia da Turquia, que virou símbolo da crise migratória.

Ao final, provocou muitos risos na plateia quando lhe perguntaram do que gostava nos Estados Unidos.

“Gosto da música americana e, entre meus alimentos preferidos, estão os cereais, gosto muito dos daqui”, despistou o engajado diretor de 61 anos.

“Where to Invade Next” é um ótimo filme, muito engraçado, atemporal e está entre os melhores trabalhos de Moore, até agora.

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