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Brenda e Frank, os protagonista de “Festa da Salsicha” | Divulgação/
Brenda e Frank, os protagonista de “Festa da Salsicha”| Foto: Divulgação/

Antes de qualquer coisa, não se engane. Apesar dos desenhos simpáticos e personagens aparentemente engraçadinhos, “Festa da Salsicha” não é uma animação para levar seus filhos e sobrinhos pequenos. Até os adultos mais desavisados podem ficar constrangidos com a profusão de palavrões, piadas com cunho sexual, ou sobre diferenças étnicas e uso de drogas que se estendem durante uma hora e meia. O filme é proibido para menores de 16 anos.

“Festa da Salsicha” é uma criação da dupla Seth Rogen e Evan Goldberg, que exercitou seu humor sem filtro em “É o Fim” e “A Entrevista”. A premissa nonsense já funciona como um cartão de visitas da dupla. Os personagens são alimentos em um supermercado, que acreditam que, quando levados pelos consumidores para casa, são transportados ao paraíso, onde ficarão ao lado dos deuses humanos. Mas, como todos sabemos, a realidade é bem mais cruel e dolorida.

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Os protagonistas são Frank, uma salsicha, e Brenda, um pãozinho, que escapam de serem transformados em cachorro quente. Após se perderem dentro do supermercado, buscam o caminho de suas prateleiras em companhia de um bagel judeu, um pão árabe e um taco mexicano lésbico, perseguidos por uma ducha em busca de vingança por não ter ido ao “paraíso”.

A animação segue o modelo tradicional do gênero, adaptando o universo dos personagens à realidade. Setores do supermercado são tratados como comunidades e os produtos usados para fazer piadas entre etnias. Árabes e judeus não conseguem superar divergências, mexicanos são tratados como ilegais, a área de bebidas é uma grande rave e os produtos alemães tentam impor a supremacia sobre outros.

Nessas piadas estão os melhores momentos da animação, juntamente com as referências a produções consagradas, como a batalha sangrenta de “O Resgate do Soldado Ryan”. Porém, esses acabam sendo momentos isolados em uma trama movida a esquetes grosseiras sobre sexo e drogas, que devem soar mais engraçadas para o público pós-adolescente. A versão brasileira ainda ganhou dublagem do grupo Porta dos Fundos, numa tentativa de adaptar algumas piadas para a realidade local e dar um tempero mais familiar. O que nem era tão necessário, já que a participação dos humoristas nem chega a ser perceptível.

No fim das contas, a impressão é de que “Festa da Salsicha” até era uma boa ideia, mas funcionaria melhor em um curta-metragem. Uma hora e meia acaba sendo tempo demais para uma história que se sustenta apenas na base de uma quantidade restrita de piadas, e nada muito além disso.

Polêmica das horas extras

Logo após seu lançamento nos Estados Unidos, em agosto, “Festa da Salsicha” se viu envolvido em uma polêmica. E que nem tem a ver com o humor controverso de seus idealizadores. A produção do filme foi acusada de expor desenhistas a jornadas excessivas de trabalho sem pagar horas extras. Insatisfeitos, alguns desses profissionais deixaram a produção e tiveram seus nomes excluídos dos créditos.

Segundo reportagem da Variety, os comentários anônimos partiram de desenhistas que trabalharam nos estúdios da Nitrogen, em Vancouver (Canadá). De acordo com a reportagem, que ouviu alguns dos profissionais, “alguns deles descreveram um ambiente de trabalho hostil, onde eram exigidas horas extras de atividade sem pagamento.” “Quando os trabalhadores tentaram deixar o emprego, foram informados que não seriam creditados ou foram ameaçados com represálias”.

Ainda segundo a Variety, enquanto o IMDB relaciona 83 pessoas na área de animação, apenas 47 foram creditadas. Greg Tiernan, diretor da Nitrogen Studios, rechaçou as acusações. “Nossa produção atendeu todas as exigências legais, bem como as obrigações contratuais com os artistas”, assegurou. GG1/2

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