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Boris Spassky (Liev Schreiber) e Bobby Fischer (Tobey Maguire) em duelo histórico. | Divulgação
Boris Spassky (Liev Schreiber) e Bobby Fischer (Tobey Maguire) em duelo histórico.| Foto: Divulgação

Para muitos, xadrez é um esporte sem grandes emoções para o espectador. Diferente de outras modalidades movidas pelo entusiasmo da torcida, o jogo requer concentração e silêncio. Mesmo assim, já houve uma época em que partidas de xadrez eram assistidas como jogos da Copa do Mundo de futebol. O responsável por isso foi o americano Robert James Fischer, mais conhecido como Bobby Fischer, personagem principal de “O Dono do Jogo”, filme que chega aos cinemas nesta semana.

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Nascido em 1943 em Chicago, Fischer foi um talento precoce. Aprendeu a jogar xadrez aos seis anos de idade e logo começou a demonstrar uma habilidade incomum. Treinando em clubes e estudando profundamente o jogo dos soviéticos – principais referências à época – progrediu rapidamente e aos 14 anos se tornou campeão masculino dos Estados Unidos.

No filme dirigido por Edward Zwick (“Amor e Outras Drogas”), Fischer é vivido pelo ex-Homem Aranha Tobey Maguire. O ator vive o jogador na fase adulta, quando ganha o mundo não apenas pelo talento fora de série, mas também pelo ego incomensurável, que rendeu tanto fama internacional quanto descontrole emocional. Ausências injustificadas, crises de paranoia e conflitos com os organizadores dos torneios fizeram parte da sua carreira.

[Bobby] Fischer estava muito relutante, então eu telefonei para ele e disse: vá

Henry Kissinger ex-secretário de Estado dos EUA.

“O Dono do Jogo” se concentra principalmente no embate que tornou Bobby Fischer uma celebridade e alçou o xadrez a um esporte de massas. O duelo com o russo Boris Spassky (interpretado por Liev Schreiber) decidiu o título mundial em 1972 e foi travado em uma série de 24 partidas em Reikjavik (capital da Islândia), com direito a plateia e transmissão ao vivo pela televisão. Era a época da Guerra Fria e o clima bélico entre americanos e russos também ganhou os tabuleiros.

Para os americanos, vencer os russos em um esporte dominado pelos comunistas representava uma conquista também no campo político. Tanto que, quando Fischer se recusou a ir à Islândia para participar da disputa contra Spassky, foi necessária uma ligação telefônica do então secretário de Estado americano, Henry Kissinger. “Fischer estava muito relutante, então eu telefonei para ele e disse: vá”, relatou o ex-diplomata no documentário “Bobby Fischer Contra o Mundo” (2011), de Liz Garbus.

No filme que chega agora aos cinemas, Tobey Maguire dá vida a um personagem complexo, imerso em conflitos familiares, que oscila entre a confiança excessiva e a insegurança. Capaz de derrotar adversários com facilidade, mas também de se sentir intimidado por máquinas fotográficas ou o barulho de câmeras de televisão. Considerado por muitos o melhor enxadrista do século 20, venceu quase todos os torneios que disputou. Abandonou a carreira no auge, aos 29 anos.

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