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Quentin Dolmaire e Lou Roy-Lecollinet em cena de “Três Lembranças da Minha Juventude”. | Divulgação
Quentin Dolmaire e Lou Roy-Lecollinet em cena de “Três Lembranças da Minha Juventude”.| Foto: Divulgação

Arnaud Desplechin é o homem que fez um dos melhores filmes franceses dos últimos 20 anos: “Um Conto de Natal” (2008).

Talvez você se lembre. Fala de uma família grande, chamada Vuillard. A matriarca é vivida por Catherine Deneuve e ela precisa de um transplante de medula. Na reunião de fim de ano, os parentes todos começam a discutir para ver quem estaria disposto a doar e quem seria compatível com ela. A medula e o Natal servem de base para falar profunda e lindamente sobre as relações familiares (mais ainda sobre pais e filhos).

Nesta quinta-feira (26), o novo filme de Desplechin, “Três Lembranças da Minha Juventude”, estreia no Cineplex Batel.

A produção foi exibida na última Mostra Internacional de Cinema de São Paulo com alguma antecipação. E é curioso ver como os europeus são bons em fazer filmes sobre jovens – ao menos sobre um certo tipo de jovem, bem diferente dos que povoam a média das produções americanas.

Nos Estados Unidos, o cenário costuma ser o das escolas americanas, com cheerleaders, nerds e bullying. Na França – em “Três Lembranças da Minha Juventude” –, a escola também aparece, mas rápido. O interesse do filme é mostrar as experiências que Paul Dédalus (Quentin Dolmaire) vive fora dela. Fora de casa e fora do país.

Paul se apaixona, se frustra, se engaja politicamente, viaja para a então União Soviética, se mete em encrencas e consegue mais ou menos se safar delas. O clima do filme é como o da adolescência: uma hora algo parece extremamente importante, na outra deixa de ser. Personagens vão e vem, e o tom da história é de saudosismo.

A sensação é de que Desplechin reproduz com imagens o discurso de como a vida só é boa na adolescência ou como ela é inigualavelmente incrível quando se é jovem, com as festas, o sexo recém-descoberto, as drogas... E tudo isso dá um pouco de preguiça.

Ainda assim, é fato que o homem sabe contar uma história. E os atores jovens são muito bons. O bônus do elenco – ao menos para mim – foi poder ver Ma-thieu Amalric (de “O Escafandro e a Borboleta” e um dos filhos de Deneuve no “Conto de Natal”) vivendo o Paul adulto. Tudo começa com ele, que é interrogado sobre eventos relacionados à viagem que fez para o território soviético. Pena que Amalric aparece muito pouco.

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