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Com mais de 700 páginas, o tijolaço “Barulho Infernal – a história definitiva do heavy metal”, da editora Conrad, promete logo de cara, no título. E cumpre ao entregar aos protagonistas do gênero a missão de relatar, com as próprias palavras, passagens de mais de 40 anos de riffs pesados, letras sombrias, visuais sinistros, abuso de drogas e álcool e, ao menos para os músicos e roadies, algum sucesso com as garotas.

São 400 personagens em entrevistas feitas nos últimos 25 anos, material organizado por Jon Wiederhorn e Katherine Turman, autores do livro lançado no Brasil final de 2015. Contam detalhes de suas trajetórias figuras como Ozzy Osborne, James Hetfield, Phil Anselmo, Axl Rose, Kerry King, Dave Ghrol etc. Leia abaixo 15 dos melhores momentos do livro, entre revelações chocantes, segredos bem e mal guardados e bizarrices típicas do metaaaaaaaaaaaaaaal.

1 O batismo de “Heavy Metal”

Não foi nenhum cabeludo, nem ninguém relacionado ao gênero que cunhou a expressão “heavy metal”. O termo surgiu anos antes das primeiras palhetadas “nervosas”, da pena de William Burroughs, em seu romance “The soft machine”, de 1961. O personagem Uranian Willy é definido pelo escritor americano como “the Heavy Metal Kid”. Mais tarde, em 68, o Stepenwolf usaria o termo em “Born to be Wild”: “I like smoke and lightning/ Heavy metal thunder”.

2 O estagiário que salvou o Black Sabbath

TomáÅ¡ Krist/Flickr

O Black Sabbath é considerado, com justiça, o principal nome do metal. Agora, não fossem os malucos psicodélicos do Jethro Tull e, quem sabe, a banda nem teria existido, Ozzy não teria mordido morcegos e nem teríamos nos divertido tanto com o vocalista no papel de tiozão bobão (“Burritooooos”) em The Osbornes, reality show da MTV. Com o Sabbath meio largado, Tony Iommi fez uma espécie de estágio no Jethro e, por lá, pegou a manha profissional que faria o grupo original do guitarrista retornar às atividades e, finalmente, decolar.

3 Os caretas do Kiss

Daniel Dalzennaro/EFE

Quem vê imagina que o Kiss era uma banda formado por doidões – ou quem teria a moral, sóbrio, de se fantasiar daquele jeito? Em parte, é verdade. Mas o certo é que os manda-chuvas Gene Simmons e Paul Stanley jamais toleraram drogas e álcool no grupo maquiado. Aliás, foi o abuso de entorpecentes que cavou a ruína e a saída de Ace Frehley e Peter Criss do conjunto. E o caso de Frehley era ainda mais complicado: quando aperitivado, o guitarrista curtia gravar vídeos fantasiado de nazista.

4 O couro do Judas Priest

Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O conjunto britânico consagrou o visual de couro preto no universo do metal. No palco, desfilavam as vestimentas num um lance meio “motoqueiros do inferno” com uma pegada erótica. Não por acaso. O guarda-roupa do conjunto liderado por Rob Halford era montado após dias de garimpo nas melhores lojas de sadomasoquismo do Reino Unido. E até mesmo um chicotinho rolava. “O público gritava: Me chicoteia! Me chicoteia!”, relembra o vocalista no livro.

5 A diva do soul e o AC/DC

Britta Pedersen/EFE

O AC/DC é considerado um dos grupos mais roots do gênero – com toda a razão, diga-se, afinal, há som melhor para esticar as marchas de um Fusca, tomar algumas cervejas a mais e chacoalhar a peruca? Entretanto, poucos sabem que o vocalista Brian Johnson cantou uma música da diva soul Tina Turner, Nutbush City Limits, no teste para ingressar no escrete australiano. “Eles não conheciam, mas Malcom disse: Graças a Deus uma coisa diferente; todo mundo que passou por aqui quis cantar ‘Smoke on the Water’”, recorda Brian Johnson, em Barulho Infernal.

6 A galinha do Danzig

Mart Sepp/Flickr

Glenn Danzig é nome importante do gênero. Integrou o seminal Misfits, criou o Samhain e liderou a banda batizada com seu sobrenome artístico. O lance ocultista do vocalista fortinho, entretanto, foi decisivo, na opinião do próprio, para abreviar a trajetória do conjunto. Para Danzig, o clipe da música Mother, clássico do álbum de estreia, em que uma galinha é sacrificada sobre uma mulher nua, fechou a porta da MTV para o grupo.

7 O namorado suicida de Halford

Hugo Harada/Gazeta do Povo

A homossexualidade de Rob Halford, vocalista do Judas Priest, sempre foi o segredo mais mal guardado do heavy metal. Ou, pelo menos, no ambiente normalmente machista do gênero, era algo que os fãs mais ardorosos não conseguiam admitir. No livro, Halford aborda a questão e revela detalhes de uma reviravolta na carreira. O vocalista decidiu abandonar os vícios após o suicídio de um namorado. “Quando ele se virou, vi que ele carregava uma arma. Momentos depois, ele apontou a arma para a cabeça e se matou”, conta Halford.

8 A cachorra do Mustaine

Dave Mustaine, o líder do Megadeth, apresenta uma teoria diferente sobre a sua demissão do Metallica. A história consagrada é que o guitarrista foi expulso por problemas de drogas e a infinidade de broncas que criava. Na opinião de Mustaine, entretanto, tudo ocorreu por causa de um chute que James Hetfield, o outro guitarrista e vocalista do Metallica, desferiu no animalzinho de estimação dele. Mustaine ficou possesso e acabou acertando um soco na cara de Hetfield. “Acredito que esse seja o principal motivo de eu ter sido mandado embora”, alega Mustaine.

9 Os metaleiros e o nazismo

Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

São variados os representantes do metal que possuiam alguma relação com o nazismo. Bill Ward, baterista do Black Sabbath, Jeff Hanemann, guitarrista do Slayer, e Lemmy, baixista e vocalista do Motorhead, são alguns exemplos. O trio curtia colecionar apetrechos dos tempos em que Adolf Hitler dominava a Alemanha. “Eu coleciono artefatos alemães de guerra porque os nazistas fizeram os melhores artigos. Eu sempre falava que se Israel fizesse os melhores artigos, eu os colecionaria, mas não é o caso”, explica Lemmy.

10 O aeromoço Cavalera

Consagrados como a maior banda de metal do Brasil, o Sepultura lançou mão do “jeitinho brasileiro” para emplacar. A assinatura do contrato com a gravadora Roadrunner, em Nova York, só rolou graças ao plano bem sucedido de Max Cavalera. O vocalista do conjunto mineiro descolou uma passagem de funcionário da empresa aérea Pan Am e viajou de terno, gravata e cabelo penteado para trás. “Era o único jeito de eu ir para os Estados Unidos”, afirma Max.

11 O açougueiro Miret

Egurrola

O Agnostic Front é um dos maiores e mais polêmicos nomes do hardcore, um dos gêneros derivados do heavy metal. Entre as diversas controvérsias da banda, está uma história do passado do vocalista, o mal-encarado Roger Miret. Nos tempos loucos de Nova York, de altíssima taxa de criminalidade, Miret costumava roubar traficantes do Lower East Side armado com um gancho de açougueiro. “Quando você coloca um gancho de açougue na garganta de alguém, a pessoa esquece que está segurando uma metralhadora”, recorda Miret.

12 A loirona Zakk Wylde

Axel Heim Ken/EFE

O virtuoso guitarrista Zakk Wylde passou por um teste inusitado para entrar na banda de Ozzy Osborne. A primeira apresentação de Wylde com o grupo foi marcada para uma penitenciária, em Wormwood Scrubs, na Inglaterra. Parar piorar, Wylde era magrinho, 65 kg, e ostentava longas madeixas loiras. “Cara, sou a coisa mais próxima da Farrah Fawcett [símbolo sexual americana] que esses caras vão ver pelo resto da vida deles. Se eu não passar no nesse teste, que diabos eles vão fazer? Me abandonar neste lugar dos infernos ?”, relembra Wylde.

13 Os panacas do Pantera

Os bastidores do Pantera, grupo texano que “reinventou” o metal nos anos 90, eram recheados com brincadeiras estúpidas e sacanagens de toda a sorte. E tudo acabava registrado em vídeo, naquela época, ainda no formato VHS. Pois foram algumas dessas cenas que inspiraram uns moleques americanos a criar a trupe Jackass, espécie de reality show com performances das mais imbecis possíveis que fez sucesso na MTV, a partir de 2002.

14 O piupiu do Limp Bizkit

O Limp Bizkit surgiu na Flórida e, ao lado do Korn, liderou o Nu-Metal, ou metal alternativo, rap metal, enfim, aquela vertente de rapazes de boné. Ainda na trilha do sucesso global, as duas bandas se encontram em episódio que não orgulha ninguém. Integrantes do Korn ofereceram US$ 500 para que Fred Durst, vocalista do Limp Bizkit, cantasse pelado a versão para a música Faith, de George Michael. Durst cumpriu e, de acordo com relatos, não impressionou a plateia. “Dava para ver o público colocando o polegar e o dedo indicador a 5 centímetros de distância um do outro, para mostrar como era pequeno. Era muito constrangedor”, conta Jonathan Davis, vocalista do Korn.

15 A falta de coragem do Slipknot

De Iowa, estado americano pouco expressivo culturalmente, o Slipknot representou outra revolução no metal, com um som agressivo amparado por um circo de horrores turbinado. A origem da banda, entretanto, revela um episódio em que o vocalista Corey Taylor quase se borrou de medo. Então funcionário de uma locadora pornô e integrante de um conjunto rival, o gritalhão bizarro quase deu o fora do local ao perceber a chegada de outros integrantes da banda. “O Corey estava quase mijando nas calças. Ele achou que estávamos lá para bater nele, por ele ser do Stone Sour. Chegamos pra ele e falamos: Cara, é o seguinte: você quer entrar para o Slipknot?”, diz Joey Jordison, um dos fundadores do grupo.

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