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| Foto: Troche/Reprodução

Serviço

Desenhos Invisíveis

Gervasio Troche. Lote 42, 160 págs., R$ 29,90. Humor. Lançamento, sessão de autógrafos e bate-papo hoje, às 19 horas, na Itiban Comic Shop (Av. Silva Jardim, 845 – Rebouças), (41) 3232-5367. Entrada franca.

Hoje, às 19 horas, o quadrinista uruguaio Gervasio Troche vai estar na Itiban Comic Shop para lançar seu primeiro livro, Desenhos Invisíveis, em uma noite de autógrafos. Ele também participa de um bate-papo com o jornalista João Varella, da editora Lote 42, mediado pelo cartunista curitibano Benett, da Gazeta do Povo. A obra é uma compilação do que foi publicado no blog do artista (portroche.blogspot.com.br) entre 2009 e 2012.

A principal característica do uruguaio é a total ausência de letras e poucos quadros: não há frases, apenas figuras.

O artista explica que a particularidade não é realmente intencional."Se surge a vontade de desenhar, é porque tem algo aqui dentro, e preciso descarregar meus sentimentos, expressar o que está acontecendo comigo", diz Troche em entrevista por telefone à reportagem. Sua inspiração, conta, vem da necessidade de "se expressar em uma folha". É assim que surgem os seus desenhos.

Troche começou a escrever e desenhar histórias aos 11 anos. Conforme a adolescência passava, a quantidade de palavras e de quadros foi diminuindo gradativamente. Aos 25, ele encontrou a forma atual, com quadrinhos únicos (em sua maioria), e sem palavras. Se deu conta, então, de que essa é a sua linguagem. É assim que ele acha que pode atingir o mundo. "Foi uma evolução. Não pensei em fazer humor mudo desde o começo, mas descobri que eu gosto da imagem sozinha", explica.

Apesar de variadas, Desenhos Invisíveis tem temáticas recorrentes. A chuva, o universo, o equilibrista, a árvore e a cartola, entre outros, aparecem repetidas vezes, criando uma identificação com o livro e o autor. Troche esclarece que tem um carinho, e até certa fascinação por esses temas, e a escolha de desenhá-los é quase inconsciente. "Eu desenho, de certa forma, para alguém que pensa ou sente como eu. É minha necessidade de me comunicar, sem buscar um resultado específico." Para o autor, cada desenho pode ter um sentido diferente de acordo com quem está vendo. O que está no papel é o mesmo, mas cada um interpreta à sua maneira. "A pessoa termina de construir o desenho. Isso acontece em qualquer obra que transmite um sentimento real e puro do artista", afirma.

Financiamento

A editora Lote 42 é a responsável pela publicação do Desenhos Invisíveis, e também pela vinda do artista ao Brasil, graças à ajuda da plataforma de financiamento coletivo Catarse. A editora promoveu uma campanha com a seguinte proposta: se atingissem o valor mínimo de R$ 4 mil, Troche iria a São Paulo. Com R$ 8 mil, ele passaria também pelo Rio de Janeiro. De R$ 12 mil em diante, seria feita uma enquete para escolher a próxima cidade. E a quantia final, depois de 45 dias de campanha e mais de 300 apoiadores, foi de pouco mais de R$ 18 mil.

As contribuições foram de R$ 15 a R$ 600, em média, e as recompensas (que variam conforme o valor doado) foram desde livros e marca páginas até aquarelas originais do artista.

Por causa do montante arrecadado, a turnê do artista, que começou no dia 20 de setembro, passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Santos, São Carlos, Belo Horizonte e Contagem, além de Curitiba. Troche encerra a sua passagem pelo Brasil nesta quinta e sexta-feira, quando participará de eventos em Recife.

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