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Joaquim Pinto, realizador e personagem, com um de seus cachorros. | Divulgação
Joaquim Pinto, realizador e personagem, com um de seus cachorros.| Foto: Divulgação

"Anotava no calendário os dias bons e ruins. Parei quando percebi que a maioria deles eram ruins." Essa é uma das primeiras frases ditas no documentário português "E Agora? Lembra-me", de Joaquim Pinto. O filme foi exibido na tarde de domingo (31) no Festival Olhar de Cinema, e terá nova sessão nesta segunda.

O filme é uma espécie de bloco de anotações sobre o cotidiano do cineasta. Portador de HIV e Hepatite C, ele participa de estudos de drogas não aprovadas para portadores da hepatite. Os efeitos colaterais são comentados de tempos em tempos, e muitas vezes, implícito nas imagens. Ou seja, mesmo que ele não diga nada, o espectador consegue captar o seu incômodo.

O filme transita entre o passado e o presente: o cineasta, um talentoso montador, fala sobre as suas aventuras passadas e os amigos que perdeu para a Aids, e as mistura com a rotina dele com o companheiro, Nuno, e com os quatro simpáticos cachorros que convivem com o casal.

ReflexãoO filme extrapola os relatos sobre o experimento com a medicação e a doença, e reflete sobre livros, filmes, a economia Portuguesa e a necessidade contemporânea do consumo, e sobre como ele e Nuno resolveram se livrar dos excessos e buscar uma vida mais simples, pautada no que é básico. E é essa discussão ampla que ajuda a envolver o espectador na narrativa longa, de quase três horas.

O relacionamento do casal, que parece bastante sólido, também é uma boa maneira de se pensar o amor e todas as diferentes formas e modelos de relacionamentos e família.

Avaliação? GGG 1/2

Serviço"E Agora? Lembra-me"Espaço Itaú de Cinema (R. Comendadro Araújo, 731 -- Batel). Hoje, às 21 horas. R$ 5 e R$ 2,50 (meia-entrada)

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