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O Estúdio 1250 fervendo numa noite dos anos 1990. | Josafa Liberal /
O Estúdio 1250 fervendo numa noite dos anos 1990.| Foto: Josafa Liberal /

Vamos dançar?

Calce seus tênis M2000 e venha curtir o “poperô”. Ou então capriche no gel e monte o seu topete. Fure o rosto com um piercing e espete os cabelos. Coloque seus coturnos e sua camiseta preta.

Nos anos 1990, as muitas, agitadas e ecléticas casas noturnas de Curitiba se afirmaram sob o novo rótulo de “baladas”. Foi a década em que o curitibano definitivamente caiu na noite.

“As baladas eram quentes até os anos 2000. Curitiba era de fato o ‘termômetro’ para testar novidades e havia um mercado em que cabiam todos e festas todas as noites”, explica Gil Pecile, o Bocão, que apresentava um programa em que circulava pela noite da época.

Daquelas que reuniam milhares de pessoas vindas dos bairros da periferia na Sunshine no Capão Raso, até as baladas intermináveis para ouvir musica eletrônica de vanguarda na Rave Night Club.

Pouco importava se você tinha que juntar seus “VTs” para inteirar os “capetas” no Sistema X ou se você costumava pegar a domingueira do El Potato.

Roqueiros, clubbers, pagodeiros, jogadores de futebol... Todos tinham seus circuitos próprios de boêmia que às vezes se misturavam. “Havia no ar um sentimento geral de busca pela novidade”, define o empresário da noite Riad Omairi.

O Caderno G o convida para um mergulho na noite nas baladas mais icônicas da década de 1990.

Índice da reportagem:

Estúdio 1250

Sunshine

Carambola

Sistema X

Rave

Café Curaçao

El Potato

Moustache Sound and Dance

Zimbabwe

360º

African Bar

Só os Mamonas não foram ao Estúdio 1250

(1990-2000)

“...na Avenida Paraná e a gente se encontra lá”, dizia a propaganda no rádio.

O “Mil” , para os íntimos, ocupava uma quadra inteira no Bairro Cabral. Era a grande balada da região Norte da cidade, mas por estar dentro do eixo do transporte expresso era facilmente acessada pelo público de várias áreas da cidade.

Era também a casa mais espaçosa da cidade, com capacidade para sete mil pessoas.

De Dominó a Racionais MCs: rolou de tudo no 1250 Arquivo Pessoal

O DJ Júlio Reis foi residente no “Mil” por cinco anos e lembra que vinha gente de todos os cantos para festas como os “ ‘encontros de djs’ e o ‘Haloween’, que virou uma tradição e juntava milhares de pessoas em outubro”.

O som que predominava era o eurodance, que por aqui foi apelidado de “poperô (leia mais no glossário ). Reis lembra, contudo, que também ferveu a pista com a chamado “techno underground”.

“Foi uma das primeiras casas de povão em que eu toquei musica eletrônica underground. Na época era som da elite ou das casas GLS”.

Ele também lembra que o grande momento da noite nas baladas de então eram as “aberturas”. Um set especial de introdução, espécie de vinheta da casa que crescia até que “a coisa explodia”.

Eclético, o 1250 também promovia muitos shows: João Paulo e Daniel, Dominó e os Racionais MC’s (na turnê do disco “Sobrevivendo no Inferno”, em 1997, se apresentaram lá).

Os Mamonas Assassinas tinham show marcado no “Mil” para a semana seguinte ao acidente que matou o grupo, em março de 1996.

Coma venda do terreno para uma rede de supermercados, tanto o 1250 quanto o vizinho El Potato tiveram que sair da localização privilegiada.

A cabine suspensa da Sunshine

(1992 a 2003)

A boate mais importante da região Sul foi a Sunshine. Ficava na avenida Winston Churchill, colada ao terminal do Pinheirinho. A balada fazia parte de um “complexo boêmio” que incluía a balada de rock pesado Arco-Íris e a “casa de tolerância” Montanha Drinks.

“Dava pra fazer o pacote completo. Curtir um rock, dançar na Sunshine e acabar no Montanha” , lembra o Dj Edison Koca, durante seis anos titular da casa.

Morando hoje no Recife, Koca lembra que a casa era “top na cidade, pois vendia refrigerante em copo de vidro com um guardanapo embrulhado em volta”.

A casa atendia os grandes bairros da região, que estavam e franca expansão na época. ”Vinha muita gente do Portão, Capão Raso, do parcão Industrial da CIC, além de um povo mais aventureiro que vinha de ônibus e de carro dos outros bairros.”

Quanto ao som, rolava de tudo. O Euro Dance predominava, mas Koca lembra de tocar de discoteque ao rock nacional, de synthpop aos Ramones.

A Sunshine foi pioneira na “abertura”. Koca explica que era o momento em que as casas mostravam todas as suas armas.

“Em geral acontecia pela meia noite, depois que a fila tinha terminado e tudo mundo já tinha entrado. Ali a gente misturava luz, performance, botava o som no talo e colocava o povo pra dançar uma seleção de uma hora das músicas que a galera mais curtia”.

Koca também lembra que a casa foi uma das primeiras a trocar a fitas cassetes por CDs. O que criava problemas para o DJ. Na Sunshine, a cabine ficava em cima de uma pilastra de metal, uma espécie de “pombal”.

“Era um aparelho bem sensível que pulava por qualquer coisinha e a cabine ficava pendurada na pilastra. Os caras descobriram que se dessem uma bicuda na pilastra, o CD pulava. Tínhamos que botar um segurança ali, pra não deixar os caras chutarem. Mas era um tempo bom demais”.

Futebol e religião no Carambola

(1995-2003)

Marlos de Oliveira é um dos três irmãos da família que mandou nas noites de pagode e axé na Curitiba nos anos 1980 e 1990. Tudo começou com a Lambateria Porto Seguro, no Largo da Ordem. Uma casa especializada na dança da moda da década de 1980.

O fim da lambada e a ascensão do pagode como a música mais popular na década seguinte levaram os irmãos Oliveira a abrir outras duas casas: o Chocolate Chic e o Carambola, no mesmo terreno na avenida Getúlio Vargas, no Água Verde.

Bombavam sempre, especialmente às quartas-feiras (dia do axé) e às quintas-feiras animadas pelo grupo de pagode Contradição. A política era valorizar as bandas locais de samba, mas as “casas-irmãs” também trouxeram a nata do gênero no país.

“Fizemos shows de Jamelão, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Bezerra da Silva e muitos outros. E sempre lotava”.

Marlos lembra que o Carambola logo virou “point” obrigatório dos jogadores de futebol”. E também das demais pessoas que transitam no universo boleiro e, claro, das famosas “marias-chuteira”.

“Os jogadores daqui batiam o cartão. De todos os times daqui e também os que vinham jogar em Curitiba, como Ronaldo e o Ronaldinho Gaúcho”.

A casa entrou no folclore da cidade durante a campanha que levou o Atlético ao título brasileiro de 2001. Virou uma espécie de “segunda concentração” de um grupo de jogadores rubro-negros que tinha boêmios notórios como Nem, Douglas Silva e Adriano Gabiru.

Uma ligação tão próxima que em 2003, depois que a casa pegou fogo, o pentacampeão Kléberson (frequentador assíduo), se tonou sócio no Callas, novo empreendimento da família Oliveira.

Para Marlos, o incêndio foi mais que um acidente. “Foi um aviso. Graças a deus, o sistema de segurança funcionou e ninguém se machucou”.

Algum tempo depois, Marlos abandonou a vida noturna e se tornou o Apóstolo Marlos de Oliveira, líder da denominação evangélica que ele mesmo fundou.

Sistema X, a velha pioneira

(1978- )

A sistema X nasceu como uma “equipe de som”. Um tipo de estrutura itinerante de shows e festas muito comum em 1978 quando foi criada pelo toledense Gilmar Berte.

Em 1985, Berte teve a oportunidade de locar o imóvel da Sociedade Trieste, em Santa Felicidade e a transformou numa casa noturna. Logo, a Sistema X se tornou referência de balada popular da cidade

HEDESON ALVES/HEDESON ALVES

A Sistema X sobreviveu a diversos planos econômicos e crises e passou por cima de “campanhas difamatórias da imprensa policial sensacionalista”, diz Berte, que tachava a casa como reduto de confusões e arruaças. “Se existia um problema de violência, nós estávamos inseridos como vítimas, a exemplo do resto da sociedade. Nós não fabricamos a violência”.

Ele conta que a casa era inovadora, a primeira com duas pistas no país. “Para agradar a um leque maior de clientes com gostos musicais diferentes”, conta.

Até os 1990, a Sistema X liderou o segmento de balada do povão, com cerca de duas mil pessoas a cada noite. Foi nesta época que Berte lançou o drink Capeta, especialidade farmacêutica da casa.

Em 2002, o boom imobiliário de Santa Felicidade expulsou a Sistema X . Em 2006, a casa reabriu em seu endereço atual, em um antigo galpão da Cidade Industrial, às margens da BR 277.

A Rave trouxe a eletrônica para o Brasil

(1994-2001)

Aberta em 1994, a Rave marcou época pelo pioneirismo. Segundo o empresário Riad Omairi, todo o conceito da balada foi trazido da Europa quase ao mesmo tempo em que os clubes noturnos de lá tocavam o mesmo tipo de música eletrônica.

Omairi garante que não existia nada parecido no Brasil. “Saímos na frente. Ainda não tinham se popularizado as festas “rave” e esta cultura da musica eletrônica estava nascendo no Brasil. Tanto que a marca “rave“ foi patenteada por nós em 1994”.

A casa funcionava na rua Dom Pedro II, no Batel. Era “100% segmentada para o nicho da musica eletrônica de vanguarda”, segundo o dono. Ele conta que o público era o “AA, A e B, dos 18 aos 50 anos”.

Veterano da organização de festas como a Kokum Kaya, Omairi disse que a Rave foi “rentável, um bom negócio”, nos sete anos em que durou. Mesmo que abrisse apenas de quinta a sábado, das 22h às 6 da manhã.

“Trouxemos os DJs mais importantes do mundo em um intercâmbio com os DJs daqui. Ajudamos a criar esta cultura que depois se abriu para São Paulo e Santa Catarina”.

Recém chegado de uma temporada na Europa em 1995, o DJ Leozinho foi escalado para ser o “residente” e responsável por vasculhar as novidades da música eletrônica no mundo.

Para ele, a Rave deu certo por que tinha os elementos da “balada perfeita”. “Público bom, um lugar agradável com bom nível de conforto e claro, o som. A vibe é o que conta, na real, e aí que entra o DJ”, diz.

Largados e perdidos no Café Curaçao

(1993 - 2007)

Café Curaçao: Noite dos Largados juntava as almas desamparadas

Na caixa, o som ambiente era rock, blues e MPB. Cerveja gelada e um espaço legal para reunir pessoas interessantes. Era o que Jonny Basso e o amigo Jacir Paris queriam, quando abriram o Café Curaçao, em 1993. Era um local simples. Um boteco na rua Senador Xavier da Silva, 210 (onde, hoje é o Bossa Bar), que atraía jornalistas, artistas e o pessoal do teatro.

Talvez por isso, logo de início a casa abrigou exposições fotográficas, de artes plásticas e pintura. Nomes como Karina Marques, Paixão e Rita Duarte – entre as mais de 100 exposições em dez anos sob curadoria de Barbara Browne - tiveram suas obras expostas na casa.

Também é do começo, 1994, a festa Noite dos Largados, em homenagem aos solteiros que estavam perdido pela cidade no dia dos namorados: fita vermelha no pulso se fosse comprometido. Verde, pra quem estava pra negócio.

Em 1997, o Café Curaçao deixou de ser apenas boteco, quando os sócios criaram a festa quinzenal Curaçao Dance. Em 1998, a casa ganhou um porão – foi o início do auge, que durou até 2003. Eram 10 mil pessoas por mês, em média. Relespública e The Soulution Orchestra tocaram por lá.

Tiveram, ainda, as festas místicas – com tatuadores, leitura de tarot e muito incenso; as noite das cabeças cortadas – com cabelereiros do Torriton cortando cabelo dos clientes; além de bazares. Em 2007, os sócios preferiram manter apenas a casa de Guaratuba.

O bunker esfumaçado do El Potato

(1989 -1997)

“Era difícil mentir para o namorado ou namorada que você não tinha ido no El Potato. Por causa do cheiro de cigarro”, brinca o ex-proprietário Júnior Simões.

Numa época em que todos fumavam, o bar ficava dentro de um porão, um bunker antiaéreo construído pelos donos do imóvel nos anos 1940.

Foi a arquitetura peculiar, aliás, que instigou Simões a montar em 1989 o bar no Cabral, no terreno limítrofe à “balada-mor” Estúdio 1250.

No ano anterior, Junior o criara em Caiobá com o mesmo nome e proposta: uma balada de rock com bandas ao vivo. “Em Curitiba, o bar virou um ponto de encontro e estourou”.

Em muitas noites, mais de mil pessoas pagavam ingressos para ver a bandas cover que faziam sucesso na cidade, como Ipsis Litteris, Carpe Diem, African Band e Dr. Smith, entre outras. Junior conta que os resultados vieram com estratégia.

“Antes do Potato, cada banda tocava sempre em um mesmo bar. À partir dali, começamos a fazer um rodízio entre as bandas, sempre com um show de abertura do Ivo Rodrigues, do Blindagem”.

Para vencer a concorrência do Aeroanta e seus shows internacionais, criou outro artifício e transformou o domingo no grande dia da balada.

“Criei um slogan: “Domingo é no Potato”. E um truque: fazer as bandas que tinham tocado na cidade no sábado esticarem à tarde de domingo aqui cobrando menos. Fizemos isso com The Waillers, Ratos de Porão, O Rappa, Demônios da Garoa, Os Raimundos, e outras tantas”.

“Foi um bar que marcou a juventude de muita gente. Mais de cem namoros começaram ali. Um grande momento para a noite, para o rock. Sei que demos nossa contribuição”.

O tapa da pantera no Moustache Sound and Dance

(1977-1999)

Todo mundo sabia. Nos anos 1990, quando tocava a música tema da Pantera Cor-de-Rosa, tarde da noite no Moustache Sound and Dance, era a hora de ir embora. Mas a MSD, maior e mais moderna danceteria do Sul do país naquela época, teve seu verdadeiro início em 1977.

Em plena era disco, Renato Schneider, Celso Ferreira, Rui Ribas e Estevão Pereira aproveitaram o movimento e abriram o Studio Moustache. Diversificada, eclética e atenta às tendências – funk e new wave – a casa tinha capacidade para quase duas mil pessoas e lotava de sexta a domingo.

Do Studio veio também o ritual da música de despedida, além das festas temáticas - “noites de horror”, noites de flashback, réveillons e carnavais. No MSD tiveram também shows de bandas como Dr. Smith e de internacionais da música eletrônica, como Tragic Error e Twenty Fingers.

Em 1999, com o público e as tendências musicais alteradas desde o início da danceteria, 22 anos antes, os sócios decidiram por transformar a casa em um ponto dedicado ao sertanejo.

Zimbabwe: Safári no Água Verde

(1995-2002)

Zimbabwe: do pop rock ao forró

Venha Buana - anunciava o rádio. Ao fundo da propaganda, sons de animais nativos das savanas africanas colocavam o ouvinte no clima do Zimbabwe All Beats.

Aberto em 1995 por Eduardo Dequech, Osmar Valverde, Luiz Manzi Neto e Samuel Rumor, a ideia era ter uma casa aberta a vários estilos musicais – do pop rock ao forró.

Apesar das paredes descascadas – com tijolos à vista e enfeitada com máscaras africanas – o ambiente tinha boa acústica e aguentava o som de bandas como Dr Smith, African band, Saul Trumpet e Jeff Sabbag, Blindagem e Viraduavesso.

Além das festas temáticas (do pijama e à fantasia, por exemplo) e de apresentações da dupla de humor Be e Thoven.

De 700 a 800 clientes por noite era a média da casa, que via um punhado deles escorregarem (de maduro?) na escadaria que dava acesso à área externa.

Localizado na av. Iguaçu, 2074, esquina com a rua Ângelo Sampaio, o Zimbabwe se manteve por sete anos e, bem por isso, acabou se desgastando.

O Zimbabwe sofreu um duro golpe quando a prefeitura começou a pavimentação da avenida Iguaçu – que durou quase um ano e a manteve interditada por todo o período. As reclamações de alguns vizinhos colaboraram para o fechamento da casa em 2002.

360° desbravando o mapa da noite

(1992-2001)

No início dos anos 90, a Sistema X já reunia boa parte de cidade – Santa Felicidade e bairros do Noroeste da capital. Mas a vontade do proprietário Gilmar Berté era agitar também a outra metade do mapa.

Em 1991, Berté abriu o clube 360° na rua Marechal Floriano Peixoto, 8155, no Boqueirão – exatamente no outro lado da cidade, na região Sudeste.

Com as duas pistas sempre lotadas, o 360° (nome referência a um recomeço, seis anos depois da Sistema X, o complemento e a origem da nova casa) juntava, em média, 1.800 adultos nas noites de sábado; e mais 2 mil adolescentes nas finais de tarde de domingo.

Todos ao som do que era tendência no mundo e dos movimentos musicais que se podia esperar de uma discoteca.

Depois de 10 anos de sucesso e lotação, Gilmar Berté focou seu olhar visionário no negócio outra vez. A jogada foi trocar o nome para Planeta Ibiza, mantendo o estilo e o endereço. A nova casa não deixou a desejar, durou mais 10 anos até que, em 2011, fechou por problemas com a renovação do alvará.

African Bar - Rastas no centrão

1990- 1992

O amor e a igualdade pregados por Bob Marley, pelo reggae e pela cultura rastafariana deixaram muitas sementes pelo mundo todo. Em Curitiba, uma dela germinou em 1990 e criou raízes na Al. Dr. Muricy 1111. Nascia o African Bar, dedicado ao reggae, aberto por Paulo David e Gilberto Carvalho. Vermelho e amarelo riscavam as paredes verde escuras. Mas o que chamava atenção – além do quadro enorme de Bob e de paisagens jamaicanas – era os dois telões da casa, que, numa era pré-youtube, recebiam projeção de shows do Rei, de Peter Tosh e outras bandas. O acervo foi trazido de Miami, por Paulo David, especialmente para ser usado na casa.

E nesse astral regueiro, não demorou para que o DJ LH DUB, residente na casa, propusesse a criação de uma banda da casa. Nascia a African Band, com o DJ e alguns amigos, e Marcelo Silveiro, recém-chegado dos EUA, no vocal. Depois dela, surgiram as bandas Djambi e Graoara.

O clima de paz e amor afastava manifestações violentas, mas não as de loucura.

Certo dia, um cliente ficou pelado e subiu no balcão dizendo que era Jesus. Saiu correndo e desceu pelado pela rua Dr. Muricy. Acabou detido quando alcançou a Cruz Machado.

Em 1992, com os sócios envolvidos em outros projetos na noite, o African Bar fechou as portas.

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GLOSSÁRIO

“Aceita VT?”

Relembre os símbolos das baladas dos anos 1990.

VTs (vales-transporte)

Eram fichas de metal usadas como passagem de ônibus de 1985 a 2007. Tinham valor de mercado, em geral, com pequeno deságio.

Ficha Telefônica

A instabilidade da moeda criou as fichas dos orelhões entre as décadas de 1970 e 1990. A “ficha caía” após a ligação se completar.

Bips

Ancestral do SMS, o BIP emitia um alerta sonoro ao usuário, que deveria ligar para uma central de telemensagem para checar os recados.

Madrugueiro

Ônibus em horário especial para trabalhadores de turno noturno criado nos anos 1980. Ainda há 20 linhas ativas.

Poperô

Ou eurodance, o som que fazia o povão dançar. Sintetizadores, vocais femininos e letras sobre festar como se não houvesse amanhã.O nome é o som do refrão do hit “Pump Up The Jam”, do Technotronic.

Vileiros

Denominação pejorativa dos moradores dos bairros das periferias da cidade (as vilas) que tomavam de assalto os clubes e danceterias da cidade nos anos 1990. O Chevette era o carro símbolo da tribo.

Playboys

Na “luta de classes” das pistas de dança da época, eram o oposto dos vileiros. Migraram para as baladas depois de estágio na “boatinha do Curitibano”. O Kadett GSI era o símbolo do bando.

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