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Giovanni, Tuba e Marcos: os Faichecleres nos anos 2000. | Divulgação
Giovanni, Tuba e Marcos: os Faichecleres nos anos 2000.| Foto: Divulgação

Não existe a pressão de voltar. O show não é um compromisso. O intuito é nos divertirmos e divertir a galera que for também.

Marcos Gonzatto,  guitarrista da Faichecleres
Faichecleres

Espaço Cult (R. Doutor Claudino dos Santos, 72), (41) 3323-2381. Dia 4, às 22 horas. R$ 115 e R$ 57,40 (meia-entrada). Valores sujeitos a alterações sem aviso prévio.

O Número

Pelo menos mil apresentações foram feitas pelo Faichecleres, de acordo com os cálculos da própria banda.

Os integrantes originais da banda curitibana Faichecleres se reúnem pela primeira vez desde 2007 para um único show neste sábado (4), no Espaço Cult.

Giovanni Caruso (baixo e vocais), Marcos Gonzatto (guitarra e vocais) e Tuba Caruso (bateria) sobem ao palco para comemorar os dez anos de seu álbum de estreia, “Indecente, Imoral & Sem Vergonha” (2005).

Gravado de forma independente, no ritmo atravancado que a agenda e o orçamento da banda permitia, o disco foi uma espécie de consolidação do trabalho do Faichecleres. A banda existia desde 1998, criada pelos primos Giovanni e Tuba, inspirados pela estética sessentista. No período da gravação do disco, em meados de 2004, o trio já tocava todas às quartas-feiras no bar Empório São Francisco e tinha passado por alguns dos principais festivais de rock do país.

“Estávamos começando a ter uma exposição mais nacional”, lembra Gonzatto. “Mas foi só com o lançamento que começamos de fato”, diz.

Giovanni lembra que o Faichecleres fazia shows com muita frequência (segundo cálculos do então produtor da banda, Ricardo Moura, a banda fez cerca de mil shows). “A gente ficou anunciando o disco por uns três anos. Quando lançamos, já estávamos tocando há muito tempo as músicas. Alguns chamaram o disco de ‘covardia’ e ‘coletânea’”, brinca o músico – hoje à frente da banda Escambau.

A ideia era imprimir no disco a energia que canções como “Bajulações”, “Metida Demais” tinham no palco.

“Foi uma grande escola para nós. A gente aprendeu a tocar gravando o disco. No estúdio, as músicas se transformaram em outra coisa”, lembra Tuba. “E foi legal, porque demorou pra ser concluído. A gente gravava um pouco, tocava no interior, pegava o dinheiro, pagava o estúdio e gravava mais um pouco.”

Para Gonzatto, o disco abriu algumas portas, mas a Faichecleres continuou levando a carreira “na raça” – conforme os integrantes gostam de definir. “Não existia um cenário para o tipo de som que a gente fazia. Viajávamos para tocar em qualquer lugar. A gente saía de Curitiba e ia tocar em Belo Horizonte. Levantávamos uma grana nas quartas no Empório, pegávamos o carro do Giovanni e íamos.”

O humor e as temáticas atrevidas de canções como “Ela Só Quer Meter” também não facilitaram, lembra o músico. “Nunca fomos bem aceito”, lembra. “Fomos enfiando goela abaixo. Mas o que fazia a diferença era o show. Essa era a marca do Faichecleres.”

A banda gravou seu segundo disco, “A Calçada da Fama”, dois anos depois. Na opinião dos músicos, um disco melhor que o primeiro, mas que não teve tempo de ser trabalhado: Giovanni deixou o grupo pouco depois do lançamento e se mudou para o Paraguai. “Foi uma explosão”, lembra. “Minha ligação com a banda não estava, ao menos dentro da minha cabeça, como antes. Estávamos tendo alguns desencontros de ideias. Aí estourei”, diz.

O grupo continuou na estrada até cerca de 2010, com várias trocas de baixista. Mas não conseguiu se reerguer de fato e acabou se dissolvendo aos poucos – embora ainda tenha lançado um terceiro disco , “Uma Noite Daquelas”, em 2012.

Anos depois da ruptura, não foi difícil deixar os problemas para trás, diz Giovanni.

“Todo mundo amadureceu. Hoje eu sou pai, mudamos estilo de vida, Tuba é doutor em medicina natural, Marcos viajou o mundo. Foi só uma questão de nos reencontrarmos, lembrarmos um monte de histórias. E acaba sendo muito prazeroso.”

Além de canções de “Indecente, Imoral & Sem Vergonha”, o Faichecleres também vai tocar faixas de “A Calçada da Fama” neste retorno, que não tem previsão para se repetir, conforme conta Gonzatto.

“Não existe a pressão de voltar e começar tudo de novo, até porque cada um tem o seu próprio trabalho. Não digo que vai ser o único, que nunca mais vamos tocar. Mas, no momento, é o que indica”, diz. “Não é um compromisso. O intuito do show é nos divertir e divertir a galera que for também.”

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