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Morreu na tarde desta sexta-feira (23) o cearense Francisco Anysio de Oliveira Paula, que em vida assumiu a identidade de dezenas de personagens - a citar, Professor Raimundo, Bozó, Painho, Coalhada, Alberto Roberto, Justus Veríssimo, Salomé, Bento Carneiro, Pantaleão, Nazareno, Haroldo e Azambuja, entre tantos outros -, mas foi sobretudo como Chico Anysio que fez fama. Nas suas contas, foram 209 personagens, alguns para outros atores - caso do inesquecível Primo Rico, com Paulo Gracindo, em dueto com Brandão Filho.

A carreira começou na Rádio Guanabara, no Rio, para onde a família Anysio de Paula se mudou quando Chico tinha 8 anos. Tornou-se vascaíno, só para contrariar, porque o pai era botafoguense e eles moravam perto do Fluminense, o clube, onde fez amigos, cresceu e jogou bola à vontade. Até o dia em que, esperado para uma partida, foi em casa buscar o tênis e deu de cara com a irmã Lupi, que naquele instante saía com um amigo para ir fazer um teste na Rádio Guanabara. "Vou junto", disse Chico. Aprovado nos testes para radioator e locutor, dizia sempre que tinha virado ator porque esquecera o tênis.

Casado seis vezes, e isso não era piada, lançou o livro Como Salvar seu Casamento, que ensinava ao leitor dicas sobre uma boa relação. Mais 20 livros fecham a coleção de títulos lançados por ele no mercado editorial, entre biografias e anedotas. Deixou 10 netos e 9 filhos.

Durante um longo tempo, a pergunta mais feita a Chico era: Por que ele estava fora do ar? Era a campanha "Volta, Chico", encabeçada por Vesgo e Ceará, do Pânico na TV. "Talvez a Rede Globo esteja achando que eu já tenha feito por ela o suficiente e que eu deva ter um pouco de descanso. Eu não estou querendo esse descanso", disse Chico, ao ser abordado por Vesgo e Ceará. A cena está no YouTube.

Em dezembro de 2009, a direção da Globo se rendeu ao mestre e lhe abriu uma vaga no calendário de especiais de fim de ano. O especial fez eco e a Globo resolveu resgatar Chico para o mesmo Zorra Total que havia visto suas últimas piadas, em 1999, então como o mais amado dos canastrões: Alberto Roberto.

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