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A licença paternidade sintetiza os impasses do novo homem e mostra que o Brasil está muito, muito distante do que se passa nos Estados Unidos, que, por sua vez, está muito, muito longe de certos países da Europa.

A Suécia criou um esquema em que os casais tinham direito a um mês de bônus de licença depois do nascimento do filho ou filha, mas só se as quatro semanas fossem usadas pelo marido (a mulher já tinha seu tempo garantido). A experiência deu certo e logo os bônus subiram para dois meses, com a mesma restrição – ou os pais usavam esse tempo, ou o casal o perdia.

Ao estender o benefício das mães para os pais, o governo sueco deu forças à igualdade no trabalho, pois homens e mulheres passaram a tirar licença para cuidar dos filhos – o afastamento deixou de ser um ônus associado às mulheres e se tornou um direito de ambos os sexos.

Versões inspiradas na lei sueca estão ganhando força na Alemanha, no Reino Unido e no Japão. Nos EUA, a Califórnia e outros dois estados começaram a investir em licenças para pais, mas a situação ainda é tímida. Homens podem tirar até três semanas depois do nascimento do bebê, mas uma porcentagem relativamente pequena utiliza o direito (26% contra 73% das mulheres).

Na revista Slate, o norte-americano Nathan Hegedus, radicado na Suécia, conta como é ficar afastado do trabalho para cuidar da filha sem deixar de ser remunerado. Ele dá a entender que é o paraíso. E, se o pai sueco não assume suas responsabilidades, acaba sendo questionado por todo mundo – família, amigos, colegas e conhecidos.

A licença paternidade mais generosa do mundo é a da Islândia, que oferece três meses para os homens atenderem seus rebentos. No Brasil, o prazo é de cinco dias. Existem projetos que desejam aumentá-lo. O mais ousado defende um mês, enquanto o consenso fica em torno dos 15 dias.

Devagar, às vezes devagar demais, o Brasil admite mudanças necessárias. Parece uma piada, mas a licença de cinco dias foi criada provisoriamente há mais de 20 anos.

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