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Autobiografia de Nile Rodgers revela a “metafísica do pop”

Livro conta a trajetória do produtor e compositor de sucessos que venderam mais de 100 milhões de discos

Nile Rodgers, que já trabalhou com nomes como Aretha Franklin e Madonna, compôs e produziu discos que mudaram o pop. | Divulgação
Nile Rodgers, que já trabalhou com nomes como Aretha Franklin e Madonna, compôs e produziu discos que mudaram o pop. (Foto: Divulgação)

A história de vida do músico, compositor e produtor Nile Rodgers é tão fascinante que é quase difícil de acreditar nela. Não fossem todas as provas e os números superlativos deste midas da música pop, contadas por ele mesmo no livro “Le Freak – Autobiografia do Maior Hitmaker da Música Pop”, daria para duvidar.

Como não dá, a leitura do livro indispensável a quem gosta de música equivale a um doutorado em showbiz. Nile compôs e produziu discos que mudaram o pop, definiram gerações e estão entre os maiores sucessos de todos os tempos. Do hit “Everybody Dance”, com o qual sua banda Chic formatou a era da discoteca nos anos 1970, até “Get Lucky”, a música símbolo dos anos do streaming lançada em 2013, Nile sempre esteve envolvido no que era mais quente.

Uma trajetória que só foi possível em razão de sua história pessoal. Não por acaso, ele ocupa cerca de 1/3 do livro contando-a. A figura central dessa parte é sua mãe Beverly, que o deu à luz com apenas treze anos – o pai era um percussionista de jazz alcoólatra que nunca se recuperou da rejeição de Beverly e virou mendigo. À frente do seu tempo, Beverly vira uma espécie de musa da Nova York beatnik dos anos 1950 e casa-se com um judeu branco e junkie que a coloca no circuito da heroína.

Nile cresceu e se meteu em episódios fantásticos nesse mundo em transformação. Adolescente e consumidor contumaz de cola nas ruas de Nova Iork, Nile experimenta LSD em uma comuna de hippies ao lado do papa da psicodelia Timothy Leary. Na mesma época, já interessado em jazz, arrumou um bico como faxineiro em um hangar do aeroporto de Los Angeles e acabou responsável pela limpeza do avião particular de Frank Sinatra, o que lhe rendeu contatos que o levam a tocar na banda do lendário Teatro Apollo, no Harlem, acompanhando Aretha Franklin e Ray Charles.

Isto tudo, no entanto, aconteceu antes de sua ascensão como figura central do pop em meados de 1970. Época em que ele e seu parceiro Bernie Edwards fundaram o Chic. É curioso descobrir pela voz de Nile que as maiores influências do ícone do disco foram bandas de rock tão incomuns como o Kiss e o Roxy Music.

E como logo nas primeiras composições – que viraram hits eternos das pistas – a dupla desenvolveu no estúdio um ritual de busca pelo que batizaram de o “sentido oculto profundo” das canções. Nile não fez outra coisa senão encontrá-las em sua carreira. As histórias de bastidores da produção de clássicos de David Bowie, Madonna e Diana Ross mostram como esta metafísica pop funciona.

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