Livro
Mariza Gualano. Editora Valentina, 240 pp., R$ 34,90.
“Hamburguer! O pilar de qualquer café da manhã nutritivo”, a famosa ode a junk food foi pronunciada pelo sicário Jules Winnfield, personagem de Samuel L. Jackson em Pulp Fiction (1994), pouco antes de ele se converter no anjo exterminador e promover uma carnificina matinal na cena que marcou o filme.
Antes, ele e seu parceiro Vincent Veja (John Travolta) já haviam engatado uma conversa sobre as diferenças culturais entre os Estados Unidos e a França sob a luz nomes dos sanduíches do McDonalds – texto que fala muito sobre os valores da cultura pop do fim do século 20.
Foi dele que a publicitária Mariza Gualano emprestou o título de Royale com Queijo – As Mais Deliciosas Frases sobre Gastronomia e Cinema, um livro divertido que compila mais de 600 citações sobre comidas e bebidas extraídas de filmes de todos os tempos.
Algumas são culinárias de primeira, como a sabedoria de Eva Marie Saint em Intriga Internacional (1959): “Nunca discuto sobre o amor de estômago vazio”. Ou o Rick Blaine (Humphrey Bogart), em Casablanca, vítima de uma trapaça do destino: “De todos os bares do mundo ela tinha que entrar logo no meu”.
Gosto quando a comida é usada como parâmetro histórico dos usos e costumes como Delphine Seyrig em O Discreto Charme da Burguesia (1972): “Pode ser perverso, mas tenho um fraco por feijões enlatados americanos”.
Ou a prece do (então) pequeno Macaulay Culkin em Esqueceram de Mim (1990): “Deus, abençoe este macarrão com queijo de micro-ondas altamente nutritivo e as pessoas que o venderam na promoção”.
Nada supera porém a combinação explosiva entre cinema e filmes de máfia. Daquele que talvez é o melhor de todos, O Poderoso Chefão (1972), o livro traz apenas uma, a clássica “Deixe a arma. Pegue os cannoli”, dita pelo capanga Pete Clemenza. Mas não cita a cena em que o mesmo Clemenza ensina Al Pacino a fazer um macarrão com almôndegas.
Aliás, o diretor do filme, Francis Ford Coppola, dizer que sempre coloca uma receita no filme porque, se este não for bom, o espectador ao menos aprende algo.
Este texto segue o exemplo de Coppola e sugere aqui o “macarrão Clemenza”: “Um pouco de óleo de oliva para fritar o alho. Então você coloca tomates e extrato de tomate e mexe com cuidado para não queimar, espera ferver e colocas as linguiças e as almôndegas. Um pouquinho de vinho e um pouquinho de açúcar. Este é o meu truque”, diz Clemenza, vivido pelo ator Richard D. Castellano (1933-1988).
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