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Reinaldo Moraes, na mesa em que falou sobre literatura e pornografia , ao lado de Eliane Robert Moraes. | /
Reinaldo Moraes, na mesa em que falou sobre literatura e pornografia , ao lado de Eliane Robert Moraes.| Foto: /

Antes de começar a mesa “Os Imorais”, a última da programação oficial desta sexta-feira (3) na 13.ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), o curador Paulo Werneck anunciou. “Agora a coisa vai ficar quente, tirem as crianças da sala”.

Dividiam a mesa o escritor Reinaldo Moraes, cujo último livro “O Cheirinho do Amor” é uma coletânea de crônicas sobre sexo escrita para a revista masculina “Status”, e Eliane Robert Moraes, especialista em Sade e autora do livro “Antologia da Poesia Erótica Brasileira”.

Foi um encontro ao mesmo tempo poético, pornográfico e debochado em que o grande momento se deu quando Moraes leu o texto em que “psicografou” a prosa de Machado de Assis e acrescentou uma hilariante cena de sexo entre Brás Cubas e seu grande amor Virgília, protagonistas do “Memórias Póstumas de Brás Cubas”.

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Moraes arrancou muitas risadas e aplausos da plateia com a leitura deste texto aqui (é bom que você tenha ao menos 18 anos para ler), em que faz um pastiche da prosa de Machado contando pormenores que o bruxo não poderia contar no século 19.

A mesa talvez tenha sido a de maior sucesso da Flip até o momento, pois os convidados eram as pessoas certas, nos lugares certos. Moraes pode ser tido como mestre da literatura erótica e Eliane é carismática e tem um jeito erudito e irônico de falar de, bom..., de sacanagem.

De acordo com Moraes, a ideia de brincar com o texto de Machado surgiu quando releu “Memórias Póstumas “ e resolveu imaginar como seriam as cenas de sexo entre o protagonista e amante casada Virgília. “Aí, eu fiquei lendo o livro e pensei: ‘Porra, onde os caras trepam?’ Porque não tinha motel...”

A cena criada por Reinaldo narra o sexo oral que Brás Cubas recebe de Virgília. Mantendo o quanto possível a prosódia e o vocabulário inconfundível de Machado. “Os escritores quando ‘psicografados’ sempre escrevem um pouco pior”, disse, em tom de brincadeira.

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