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Mulher observa os livros disponíveis numa das Tubotecas. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo
Mulher observa os livros disponíveis numa das Tubotecas.| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

De acordo com o cronograma das Tubotecas, cerca de cem livros são colocados por dia em cada estação – por volta das 14 horas às segundas, quartas e sextas; e por volta das 9h às terças e quintas.

Os livros saem rápido, enquanto as devoluções são feitas lentamente e voltam a circular logo que retornam às prateleiras.

O resultado é que pode ser infrutífero percorrer Tubotecas com o objetivo de encontrar algo satisfatório para ler.

No início da tarde da última quinta-feira (11), quem passasse pela Estação Central no sentido Capão Raso não conseguiria encontrar nada do acervo da Tuboteca, e sim exemplares das revistas “Frizz Magazine”, Clube Curitibano e “Vida & Yoga”; um livro didático de matemática do 2.º ano do ensino fundamental didático; e um punhado de panfletos evangélicos.

Eles também seriam encontrados logo à frente, na Praça Rui Barbosa, mas o passageiro teria mais sorte. Do acervo, encontraria “Pinha, Pinhão, Pinheiro”, de Enéas Lour; “Turbilhão – Vol. 2”, de James Clavell; e um exemplar de “Na Sala com Danuza 2 ”.

Também encontraria uma fita VHS do “Projeto Encontros: Memória da Literatura Paranaense 2”e os religiosos “Conte-me Tudo”, de Marilyn Meberg, e “Poema de Paz”, de Divaldo Pereira Franco pelo espírito Simbá – estes, não aceitos pelo projeto (que veta “didáticos, técnicos, religiosos, jornais e revistas de assuntos gerais ou de notícias, manuais, guias, enciclopédias (...) material com teor ofensivo, discriminatório e pornográfico”).

Já na Praça Carlos Gomes, o usuário encontraria um exemplar de 1984 da revista “Dirigente Rural” e panfletos – dois de cursinhos e um de uma escola de arte ninja.

Estações

As Tubotecas estão distribuídas nas estações-tubo Praça Rui Barbosa, Estação Central, Estação Marechal Floriano (Linha Verde), Estação Praça Carlos Gomes e Estação Carlos Gomes (R. Lourenço Pinto).

Ao lado, no tubo da Rua Lourenço Pinto, mais livros didáticos – desta vez acompanhados por livros do acervo da Tuboteca: “Maravilhas do Conto Francês”, de Diaulas Riedel; “Tempo Vida Solidão”, de José Condé; e o catálogo da mostra “Nomos”, de Laura Miranda.

À noite, na Rui Barbosa, um solitário “Mad Maria”, de Márcio Souza, seria encontrado na companhia de panfletos de um “bazar chic”. E se a viagem seguisse para a Estação Central, sentido Santa Cândida, acabaria com exemplares puídos da revista “Veja” de 2014, uma apostila de português do Ensino Fundamental, publicações evangélicas, algum material institucional, uma pilha de exemplares do jornal “Cândido”, da Biblioteca Pública do Paraná.

Mariane Torres, coordenadora de literatura da FCC, explica que a circulação do acervo é assim mesmo – dispersa, aleatória. Os livros giram rápido entre as centenas de milhares de passageiros que passam pelos tubos. “Esses dias, chegou à minha mão um livro que foi colocado na Tuboteca há três anos”, conta. “Eles estão por aí, andando.”

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