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Influências vão de clássicos do blues a sambas de Cartola. | Natasha Durski/Divulgação
Influências vão de clássicos do blues a sambas de Cartola.| Foto: Natasha Durski/Divulgação

Parece aquelas lendas sobre “maldição do blues”. Na mesma semana em que roubaram sua viola caipira (uma Giannini Tropicália, da década de 1960), foi furtado um laptop com os arquivos das filmagens do dia em que o bluesman Lucian Araújo tocou numa sessão de gravação de seis horas dentro de uma cabana, ao pé do Morro do Canal, na serra do Marumbi, em Piraquara.

Se não sobraram imagens, a gravação na base da “viola, voz e sapato” comandada pelos produtores Sanjai Cardoso, o Siri, e André Scheinkmann conseguiu captar a força dos blues de Lucian ao vivo e virou o disco de oito faixas (“Lucian”), que o bluesman lança nesta sexta-feira (7) no Harvest Folk Bar.

Para Lucian, sua música pode ser definida como “blues brasileiro”, e o lançamento deste primeiro disco funciona como um “grito”. “Tenho vivido como um operário da música, tocando muito a qualquer momento e em qualquer lugar. Isso é bom, mas percebi que tinha que investir e organizar o meu trabalho”, avalia.

No disco, Lucian canta clássicos como “Poor Boy” e “You Gotta Move” e quatro blues de sua autoria. Há ainda uma versão blueseira do samba “Cordas de Aço”, de Cartola. “As letras do Cartola são os maiores blues que eu já ouvi”, diz. “O blues é um lamento dos africanos escravos que vieram para a América. Então, tem blues nos Estados Unidos, Cuba, Jamaica e Brasil, cada lugar à sua maneira. O samba tem a mesma conexão africana, a mesma métrica do blues”, teoriza.

Show

Lançamento de Lucian

Dia 7, às 21 horas. Harvest Folk Bar (R. Inácio lustosa 518). R$ 15 (ingresso + CD).

Nascido e criado no Santa Cândida, zona Norte de Curitiba, Lucian tem a música no sangue, herdada dos avós nordestinos fãs de Luiz Gonzaga e dos pais fãs de heavy metal. Fanático por blues “desde que se entende por gente ”, Lucian começou a tocar ainda adolescente em bandas de rock sessentista. Já passou por grupos como Escambau e Rock Steady City Firm e ainda é o guitarrista do Cavernoso Viñon.

Nos últimos tempos, porém, tem se destacado no circuito de bares de Curitiba como frontman de sessões de blues. Sua técnica particular na guitarra, o vozeirão que mistura Leadbelly e Tim Maia e o visual elegante e estiloso (cabelo black power, bigodinho fino e ternos retrô) são impossíveis de não se notar.

Com o disco na mão, o bluesman dos pinheirais planeja agora ganhar o mundo. Quero passar minha vida inteira tocando e vivendo disso. Não quero depender de esquemas, leis. Prefiro viver suando, sem fazer concessões. Vou pegar meu disco e me enfiar pelo mundão e o que vier é lucro.”

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