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Lenia Aurélia com o filho Vitor | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Lenia Aurélia com o filho Vitor| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

Quando grávidas, as mulheres recebem diversos conselhos da­­quelas que já tiveram seus bebês. Dentre eles, os mais ouvidos são: "durma tudo o que puder, namore bastante e vá ao cinema diversas vezes antes do parto". Atividades que até podem ser retomadas um dia, mas que, no primeiro ano de vida dos pequenos, ficam realmente restritas.

Não foi à toa que, na primeira oportunidade, mães lotaram uma sala do Unibanco Arteplex Crystal, na última quinta-feira, convocadas para uma sessão especial, o CineMaterna. Dos 110 lugares, 70 foram ocupados por mães e seus bebês, além de 26 acompanhantes e toda a parafernália de bolsas com fraldas, mamadeiras e brinquedos, ocupando cadeiras e corredores. "Eu e meu marido adoramos ir ao cinema, mas desde que o Vitor nasceu, há quatro meses, não me parecia viável. A ligação com o bebê é muito forte e fica difícil deixá-lo com alguém para vir ao cinema. Trazer a uma sessão normal também não dá, pois imagino os olhares de reprovação dos outros se ele começar a chorar no meio do filme", diz a fonoaudióloga Lenia Luz Aurélia, de 41 anos, que compareceu à primeira exibição do projeto em Curitiba.

"É lindo ter filho, mas é muito difícil também. Ninguém fala do isolamento pelo qual passamos nos primeiros meses de vida dos filhos, ou das dúvidas que temos", desabafa Irene Nagashima, organizadora do CineMaterna.

O projeto teve início em São Paulo (SP) há um ano e meio. Irene e um grupo de amigas, mães de bebês, começaram a marcar encontros todas às quartas-feiras no início da tarde em uma sala de cinema da capital paulista.

"Invadimos o cinema. Aos poucos ficamos conhecidas e algumas alterações foram feitas para nos receber", conta. O ar-condicionado teve a potência diminuída, assim como o som do filme, ao mesmo tempo em que a luz ficou levemente acesa e alguns trocadores de fralda foram instalados na sala. O grupo criou uma organização não-governamental e, graças a patrocinadores, estendeu o projeto para outras cidades, como Belo Horizonte (MG), Campinas (SP) e Recife (PE).

Curitiba é a nona cidade a receber o projeto. Não é uma sessão comum. Com a sala cheia de bebês, inevitavelmente a concentração no filme é interrompida por choros e um entra-e-sai de mães da sala. Isso porque elas obedecem a normas de conduta: se o bebê se agitar e não quiser mamar, devem sair da sala e voltar quando eles estiverem mais calmos. Em São Paulo, após as sessões, as mães se reúnem em um café no hall de entrada do cinema e a intenção é que esses bate-papos também sejam realizados por aqui.

Serviço

O Cinematerna será realizado a cada 15 dias no Unibanco Arteplex Crystal (Shopping Crys­­tal). Próxima sessão será dia 11 de fevereiro, às 14 horas. R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia-entrada). Para votar no filme e receber a pro­­gra­­mação, acesse o site www.cinematerna.org.br.

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