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Um filme sobre comida caindo literalmente do céu só poderia ser compreendido como uma metáfora para uma reflexão mais profunda sobre, por exemplo, a fome no planeta. Mas não é o caso de Tá Chovendo Hambúrger (veja trailer e fotos), longa-metragem de animação da Sony Pictures Animation, em cartaz a partir de hoje nos cinemas brasileiros incluindo cópias para salas 3D. Como o próprio título esdrúxulo sugere, a aventura pende mais para o entretenimento pouco exigente e os clichês típicos dos filmes "tamanho família" do que para algo artisticamente elaborado. Em suma, faltou apetite cinematográfico aos diretores Phil Lord e Chris Miller, que também assinam o roteiro, para se arriscarem mais.
A animação conta a história do cientista nerd Flint Lockwood (voz do ator e comediante Bill Hader), que inventa uma máquina capaz de materializar comida a partir de água. A intenção de Flint é acrescentar novas opções ao menu dos moradores da pequena ilha onde vive, cuja economia gira apenas em torno da pesca de sardinha.
Após um acidente, o tal aparelho é lançado ao céu e acaba fazendo chover todo tipo de comida sobre a ilha. Porém, a ambição do prefeito local tende a transformar a genial invenção em uma ameaça incontrolável. A figura do político, aliás, é a única que traz um contorno mais interessante. Trata-se de uma crítica direta aos burocratas engravatados.
Tá Chovendo Hambúrguer fez boas bilheterias nos EUA, arrecadando US$ 60 milhões em duas semanas. Isso graças, ao que tudo indica, à fraca concorrência e ao fato de ser um filme acessível a um público amplo. Nesse sentido, a fita cumpre o seu papel: faz rir à toa com cenas engraçadas e personagens esquisitos. Mas, convenhamos, isso é pouco.
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