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Bailarina protesta pedindo a manutenção do Balé Teatro Guaíra (BTG) | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Bailarina protesta pedindo a manutenção do Balé Teatro Guaíra (BTG)| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A partir do último dia deste mês, o balé e a orquestra do Teatro Guaíra entrarão em um hiato por tempo indefinido. Uma situação não resolvida em dois governos estaduais consecutivos (veja quadro ao lado), o de Roberto Requião e o de Beto Richa, colocou a arte paranaense em uma posição inédita: desde sua fundação, nem o balé nem a orquestra haviam sido paralisados.

Veja a galeria de imagens.

Os cargos dos bailarinos e músicos foram extintos pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que considerou inconstitucional uma lei editada em 2003 pelo então governador Roberto Requião. Ela criou cargos comissionados para músicos da OSP e para os bailarinos do BTG.

Para protestar contra a situação causada pela burocracia estatal, os bailarinos se reuniram no fim da tarde desta quinta-feira em frente ao Teatro Guaíra, onde, apoiados por outros dançarinos, artistas plásticos e pelo público presente, realizaram uma performance simbólica. Escolheram a “Sagração da Primavera”, balé composto pelo russo Igor Stravinsky no qual uma jovem é condenada a dançar até morrer. “Foi o que fizemos”, afirma a bailarina Ane Adade, 36 anos, sete deles no corpo de balé do Guaíra, “dançamos até a morte”.

A manifestação foi chamada de “Grito de Adeus” e convocada também por meio das redes sociais. Para muitos bailarinos, representou de fato uma apresentação de despedida. Daniel Siqueira, 40 anos, desde os 23 no Guaíra, pensa seriamente em se aposentar do balé com a iminente paralisação das atividades. Pai de uma menina de quatro anos, já desenvolve atividades paralelas, dando aulas de dança e pilates para não ficar de mãos vazias quando o fim vier.

“Em todos esses anos fui muito feliz. Devo tudo que conquistei à dança. Conheci minha esposa, levei a arte ao público. Mas é difícil ver o balé nessa situação. Espero que a Companhia volte a dançar”, afirma. Por causa da natureza dos cargos criados ainda na administração de Roberto Requião, comissionados, Siqueira deixará o balé sem fundo de garantia e sem direito a seguro-desemprego.

O hiato mexe com a vida de todos os bailarinos, dos veteranos aos novatos. Apresentações agendadas para o mês de abril no Nordeste, no Recife e em Salvador, não vão mais acontecer. E uma viagem para a Alemanha, programada para outubro, corre grave risco de ser cancelada.

Tudo vai depender da celeridade do governo no processo de contratação dos novos bailarinos e músicos da orquestra sinfônica. Serão feitas audições para preencher as vagas, embora o governo não tenha explicado ainda como o processo será realizado.

“Não questionamos o processo seletivo”, diz a bailarina Ane Adade. “Nossa preocupação é com o que virá depois.”

  • Bailarinos do BTG e músicos da OSP realizaram abraço simbólico ao Teatro Guaíra.
  • Em junho de 2016, o TJ-PR declarou inconstitucional a criação dos cargos comissionados no Teatro Guaíra.
  • Bailarinos e músicos com 15 anos na Orquestra e no Balé foram afetados pela medida.
  • O abraço simbólico realizado nesta quinta-feira (23) é contra a paralisação das atividades do centro cultural que, de acordo com a diretora do Teatro, só retornará em junho.
  • As atividades da OSP e do BTG só serão regularizadas após a realização do Processo Seletivo Simplificado (PSS), programado para abril.
  • Bailarinos reclamam da descontinuidade das atividades do BTG após a medida.
  • Depois que o MP-PR pediu ao Tribunal de Justiça do Estado a exoneração dos cargos comissionados, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) solicitou a prorrogação do prazo de extinção, que encerra no próximo dia 28.
  • A contratação dos novos bailarinos e músicos será feita mediante concurso público. Todos podem participar.
  • O abraço coletivo comoveu as pessoas que passavam pelo local.
  • A manifestação foi chamada de “Graito de Adeus”.
  • Os bailarinos reforçam que “estão lutando pelo bem cultural”.
  • Depois do abraço ao teatro, os dançarinos se abraçaram.
  • O Centro Cultural Teatro Guaíra é o mais importante da cidade de Curitiba e um dos mais relevantes do país.
  • Após a manifestação, os bailarinos agradeceram ao apoio.
  • Apoiadores do CCTG protestaram a situação causada pela burocracia estatal.
  • A manifestação também foi realizada nas redes sociais.
  • Dançarinos, passantes e artistas participaram do abraço coletivo ao Teatro Guaíra na tarde desta quinta-feira (23).
  • Uma performance foi feita nas imediações do teatro.
  • Uma bailarina mirim também estava entre os passantes.
  • Agenda do BTG tem apresentações na Espanha, mas com o encerramento das atividades em fevereiro, as incertezas são ainda maiores para bailarinos.“
  • Apoiados por outros dançarinos, artistas e pelo público, bailarinos do BTG realizaram uma performance simbólica em frente ao Teatro Guaíra.
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