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Criolo é uma das atrações do Estação Pedreira | Divulgação/
Criolo é uma das atrações do Estação Pedreira| Foto: Divulgação/

Reconhecido por reunir diversas matizes da música, o festival Estação Pedreira chega a sua terceira edição com grande aposta no rap nacional. O evento que contempla a Pedreira Paulo Leminski e a Ópera de Arame acontece neste sábado (28), a partir das 12h.

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Com 40 atrações nacionais, internacionais e locais, o festival se distribuí em quatro palcos montados no complexo do Parque das Pedreiras, que nesta edição abrigará também um parque de diversões e uma tiroleza.

A banda paranaense Motorocker abre o palco principal, que também recebe as bandas Filosofia Reggae, Planta & Raiz, Maneva, Raimundos e o cantor Armandinho. O grupo Oriente, os consagrados Racionais Mc´s, Emicida e Criolo, que comemora os dez anos do disco “Ainda Há Tempo”, mostram a força do Hip-Hop.

Roqueiros poderão pular com os RaimundosDivulgação

Já a Ópera de Arame será palco de encontros inéditos entre bandas paranaenses e artistas de outros Estados. Com abertura do rapper paulistano Rael, a programação segue com a banda Somos Todos Charlie Brown, que presta homenagem a Chorão; Seu Cuca, Matorrales, Marceleza (Maskavo) e Rodrigo (Forfun); Djambi e Tay Galega; Cidade Verde; Namastê e Marina Peralta; Real Coletivo e Flora Matos. Os curitibanos do Test Drive fecham o dia de encontros ao lado de Caio Correa (Scracho) e Teco Martins.

O festival dedica o palco Rock Street às bandas locais, com Perna Leiga, Central Sistema de Som, Cafajeste Rock Club, Jack Vermouth, Semblant, Banda Tereza, Four Face, Banda Nomad, Machete Bomb e Macumbazilla.

A música eletrônica será representada pelos DJs Lucky T., The Grounders, Sound Cloup, Pranksters, Rogério Animal, Rhalley, Pimp Chic, G. Felix, Villa Nova, Bag2Gab e Snap Shot, que tocam em uma tenda exclusiva do gênero.

A vez do Rap Nacional

Há dez anos o rapper Criolo entrava para o hall dos grandes rappers brasileiros com o lançamento de seu primeiro álbum de estúdio. Considerado um disco fundamental na história do gênero, o mesmo trabalho foi regravado pelo artista, que neste sábado (28) apresenta o resultado ao vivo para o público do Estação Pedreira.

Sucessor de “Convoque Seu Buda” (2014), a versão 2016 de “Ainda Há Tempo” sintoniza o disco às sonoridades desenvolvidas pelos produtores Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral em “Nó na orelha” (2011), disco que lançou o rapper nas plataformas mainstream e revelou a potencialidade do rap dentro da industria fonografica brasileira.

“Todo o movimento ao redor deste novo “Ainda Há Tempo” nasceu de uma singela ideia de não deixar passar em branco os 10 anos do disco. A primeira ideia era apenas resgatar o disco nos palcos, porque a gente nunca tinha feito um show dele, mas aí o Ganjaman teve a ideia de convidar produtores e beatmakers para trabalhar cada uma das faixas em estúdio”, explica Criolo, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo.

Reduzido a oito faixas, a releitura aproveita a atualidade das letras para afirmar o amadurecimento musical de Criolo, que com esse lançamento retoma a essência do rap, com denúncias ainda mais contundentes sobre os abismos sociais que permanecem dez anos depois.

“Tem letra que foi escrita 20 anos atrás, mas há uma mesma essência. Tudo aquilo que mexe com o emocional das pessoas é social”, defende o rapper.

Da gravação de 2006, que teve apenas 500 cópias comercializadas, as masters originais se perderam, o que levou o rapper a se juntar a nove produtores para recriar cada uma das faixas, incluindo as linhas vocais. “As músicas já existiam, o flow já existia, as ideias já existiam, está tudo ali, com novos arranjos”, afirma.

Apesar da nova versão do disco não contemplar todas as faixas do primeiro registro, Criolo explica que isso não implica em nenhuma hierarquia entre as faixas. “Nada ficou de fora, não é seletivo, não é que essas significam mais para mim. Tudo aconteceu de forma muito natural, as músicas estão todas no meu coração”, garante.

Quando questionado sobre o sucesso do rap na industria fonográfica, o paulista argumenta que o rap nunca se preocupou com o mercado. “O rap sempre quis passar sua mensagem. O que acontece ao redor é pura consequência do trabalho de cada irmão e de cada irmã. Estamos sobrevivendo”, crava Criolo.

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