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Andrew Eldritch (à esquerda)  não quer ninguém sentado em Curitiba. | Divulgação/
Andrew Eldritch (à esquerda) não quer ninguém sentado em Curitiba.| Foto: Divulgação/

O vocalista Andrew Eldritch, da banda de pós-punk Sisters of Mercy, estava preocupado quando atendeu ao telefone. Algum fã o tinha informado de que a plateia da Ópera de Arame, local aonde sua banda vai se apresentar em Curitiba, no dia 17 de setembro, é toda para lugares sentados. “É impossível um show nosso para um público sentado”.

The Sisters of Mercy

Dia 17 de setembro as 21h30

Ópera de Arame (Rua João Gava, 874, Pilarzinho)

Entradas: entre R$120 e R$360 no site

O compositor de “First and Last and Always” só relaxou quando soube que o público costuma desprezar as recomendações de permanecer sentado e que outros shows de rock aconteceram no mesmo local, sem traumas. “Folgo em saber. O melhor do rock é conhecer estes lugares em que eu nunca fui”.

Aos 57 anos, Eldritch é o único integrante original da banda que criou na cidade de Leeds, na Inglaterra, em 1980. Irônico e articulado é autor de letras que sempre são celebradas pela qualidade literária nas imagens.

O compositor, no entanto, não se coloca entre os melhores do seu ofício. “Havia outros muito bons letristas antes de eu começar, e os que surgem sempre superam os anteriores”.

Ele conta que rechaçou vários pedidos para colocar suas letras em livros. “Não acha que tenha qualidade suficiente. Não sei se seria bom escrevendo ficção. Eu prefiro a forma muito, muito, curta da letra de canção”.

Para ele, letras de rock tem mais a ver com cartões postais do que com livros. “Você tem que dizer muito com poucas palavras e não é nada fácil. Se você não souber fazer a chance é grande de escrever bobagens. Como no twitter”.

Gótico?

Pioneira no uso das experimentações eletrônicas e industriais, o Sisters of Mercy surgiu em meio a uma geração de bandas como The Cure ou Nauhaus que tinha uma identidade estética muito marcante logo rotulada (e chamada até hoje) de “góticos”. “Este rótulo não significa nada para mim, mas se para as pessoas colocar um rótulo as ajuda em alguma coisa, tudo bem”.

Andrew diz que sabe e se envaidece do fato de que sua banda cultiva fãs pelo mundo afora apesar de seu portfólio de apenas três discos, o último deles lançado em 1990.

Ele conta que durante estes vinte e seis anos sem novidades, os motivos para não lançar novos álbuns “mudaram bastante”.

Atualmente, o maior problema é a insolvência do mercado fonográfico. “Hoje em dia o Spotify não te paga quase nada. Eu até tenho sorte, escrevi alguns hits que muita gente ainda ouve e até recebo alguma coisa, mas a minha banda fica com zero”.

Ele diz que tem cogitado criar um projeto de financiamento coletivo, mas só se ”muitos fãs dizendo que valeria a pena um novo disco nosso”.

“Mas isso não está no topo das nossas prioridades. Se as coisas não estão quebradas, não há razão para repará-las. Minha vida está boa do jeito está”.

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