Mesmo reduzido, Psycho Carnival traz o melhor do Psychobilly a Curitiba

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O Psycho Carnival hoje é uma das maiores e principais festas do carnaval curitibano. Porém, depois de vários anos contando com apoio da prefeitura, a 18ª edição do festival, que acontece entre os dias 24 e 27 de fevereiro, será realizada no palco do Jokers Pub, local menor que o estacionamento da Câmara Municipal, onde foi sediado até 2016.

Totalmente dedicado ao Psychobilly – subgênero que deve a sua nomenclatura indiretamente a um trecho da canção “One Piece at Time”, de Johnny Cash – o festival reúne 24 bandas nacionais e gringas, divididas em quatro dias de evento, o que o coloca entre os maiores da cena na América Latina.

As proporções e a longevidade do festival demonstram, ao mesmo tempo, a aceitação do público curitibano e a força da cena psychobilly local. Vlad Urban – guitarrista e vocalista da banda Sick Sick Sinners e organizador do evento – considera que as razões do sucesso ao fato de “Curitiba conseguir desenvolver uma cena bastante profissional, com bandas e organização de muita qualidade. E quando a internet possibilitou a interação com outras bandas, outras pessoas que queriam se encontrar, o festival acaba chamando a atenção de pessoas que vem de outras cidades e outros lugares do mundo”, afirma.

E, para os incrédulos, basta lembrar que, nesta edição, duas das mais reverenciadas bandas do gênero dão as caras por aqui. Conhecidos como “Os Reis do Psychobilly”, o The Meteors abrem o último dia do festival. Vlad lembra que os britânicos foram os responsáveis por formatar todo o estilo: “Lá pelos anos 80, foram eles que definiram a dose certa de punk, de rockabilly dos anos cinquenta que formaram o psychobilly. Isso acabou possibilitando o surgimento e a manutenção de diversas vertentes como o country alternativo ou mesmo o Hillbilly”, analisa.

Discípulos assumidos do Meteors, os também ingleses do Long Tall Texans, vêm pela segunda vez a Curitiba para o show que encabeça o segundo dia de Carnival. A primeira passagem pela capital paranaense aconteceu em 2009, durante a turnê de divulgação do álbum “Adventure”. Atualmente promovem o disco “The Devil Made Us Do It” e dividem o palco com Red Lights Gang, Ovos Presley, Kingargoolas, Crazy Horses, e Zabilly.

“Franceses malucos”

Trazer bandas de fora é uma prática que está relacionada com o próprio surgimento do festival. Lá pelo ano 2000, Os Catalépticos – banda anterior de Vlad Urban – contava com os serviços voluntários de um fã francês para atualizar o site do grupo. Como um pretexto para que ele pudesse vir conhecer o Brasil, foi organizada a primeira edição do Psycho Carnival, onde o convidado inclusive subiria ao palco com sua banda Skataphiles. Quando a banda chegou e eles finalmente se conheceram pessoalmente, um pequeno detalhe foi revelado: a banda jamais tinha se apresentado ao vivo.

Independente

Deste inicio até a edição que está por vir, muita coisa mudou. O festival se consolidou no carnaval, trouxe, em uma estimativa livre do organizador, cerca de 60 mil pessoas somente no evento principal, gerou ou agregou diversas iniciativas paralelas como o Curitiba Rock Carnival e a Zombie Walk. Um detalhe, no entanto, volta a unir as pontas.

Assim como no início, com a retração do apoio da prefeitura à iniciativa, o Psycho Carnival volta a mobilizar esforços de forma independente. A organização enxerga, no entanto, pontos positivos no fato, observando que, “embora sem os eventos paralelos, pudemos nos focar no suporte aos músicos, em manter a mesma qualidade e consistência dos shows, que é o que caracteriza um grande festival”, conclui Vlad.