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Gucci Mane em show antes de sua prisão | Jason Persse/Wikimedia Commons
Gucci Mane em show antes de sua prisão| Foto: Jason Persse/Wikimedia Commons

condescendência

Críticos que reconhecem em Gucci um personagem central para o hip hop não vêm tratando o álbum como obra-prima, mas parecem levar todo o drama vivido pelo rapper em consideração.

Considerado um dos rappers mais influentes dos Estados Unidos na última década, Gucci Mane passou os últimos dois anos preso depois de se declarar culpado por porte de arma. Entre setembro de 2013 e sua libertação, em maio, ele continuou lançando mixtapes e colaborações com rappers como o Young Thug e Rich the Kid. Mas, como fez em outras ocasiões em que passou algum tempo na prisão, chegou às ruas a mil e não demorou nem dois meses para lançar um novo álbum, “Everybody Looking”. O disco chegou às plataformas de streaming na última sexta-feira (22). Descontadas as mixtapes, é o primeiro álbum desde “The Return of Mr. Zone 6”, de 2011.

“Nem consigo dormir de tanto que tenho a dizer”, diz a faixa de abertura, “No Sleep”, que dispara contra os “federais”, polícia, DEA. O trabalho foi gravado em seis dias.

A primeira música nova de Gucci, “First Day Out Tha Feds”, saiu menos de 24 horas depois de sua libertação. Mais uma semana e ele anunciou uma linha de roupas. Após um mês e cinco músicas novas, saiu a notícia de que uma rede americana estava negociando um reality show sobre sua vida depois da prisão – a se julgar pela narrativa que o rapper está construindo por meio de postagens nas redes sociais, uma vida mais saudável e menos tumultuada (por causa disso, o rapper chegou a ter que negar que se tratasse de um clone, em resposta a fãs desconfiados com seu estilo mais suave).

Enfim, Gucci – também conhecido como GuWop – executou um retorno e tanto, especialmente se considerado que ele despertado a ira de meio mundo quando foi preso. Ficou famoso seu surto de ofensas no Twitter em 2013: Gucci disparou violentamente contra Nicki Minaj, Drake, Iggy Azalea, Young Jeezy e outros.

Todo mundo olhando

Um pedido de desculpas de Gucci surgiu ainda em 2013. E, em seu retorno, o próprio Drake está entre os fiadores do trabalho. O canadense, hoje no topo, colabora no refrão de “Back on Road”, que trata da primeira semana de Gucci fora da prisão, se preparando para voltar ao sucesso depois de sacudir os demônios. Kanye West, com quem Gucci também trabalhou no single “Champions” ao lado de outros nomes do hip-hop em junho, participa de “Pussy Print” (“eu só convidei Kanye porque somos malditos narcisistas”, brinca a letra). Young Thug – que, como Gucci, é da famosa cena de hip-hop de Atlanta – está em “Guwop Home”.

O rapper faz várias referências aos quase três anos de prisão e seu recomeço, assim como à sua própria influência (o nome do álbum pode ser traduzido como “todo mundo olhando”).

Impulsionado pelo fato de o rapper ter passado os últimos anos preso, “Everybody Looking” é um dos maiores lançamentos da carreira de Gucci Mane – e por isso vem sendo recebido com certa condescendência. Críticos que reconhecem em Gucci um personagem central para o hip-hop não vêm tratando o álbum como nenhuma obra-prima, mas parecem estar levando todo o drama vivido pelo rapper em consideração. E a expectativa é que novos trabalhos não demorem a vir.

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