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Iluminação no interior do cubo de vidro confere a Marco Nanini um aspecto fantasmagórico. | Divulgação
Iluminação no interior do cubo de vidro confere a Marco Nanini um aspecto fantasmagórico.| Foto: Divulgação

Marco Nanini atrai plateia. É fato que muita gente compra o ingresso durante o Festival de Teatro conferindo apenas o elenco, para perceber do que se trata só na hora.

Foi assim em 2013 com A Arte e a Maneira de Abordar seu Chefe para Pedir um Aumento, quando muita gente saiu no meio.

Neste ano, com Beije Minha Lápide, foi diferente porque trata-se de um excelente texto, com as pegadas de seriado americano (no bom sentido) que o escritor Jô Bilac tem conferido às peças que escreve. Todo mundo deu risada e saiu aprovando com a cabeça: “É, é bonzinho, né?”.

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De quebra, o público curitibano descobriu algumas coisas sobre o auge e derrocada de Oscar Wilde e ouviu alguns trechos de sua obra, mas não até o fim porque o estacionamento do Teatro Positivo vira um caos na saída e é preciso correr até o carro o mais rápido possível. E Oscar Wilde, assim como Nanini, é um ímã de fãs.

A equipe convidada para criar um espetáculo sobre Wilde confinou o ator a um cubo de vidro como Bala, um cara que quebrou a proteção de vidro em torno da lápide do escritor irlandês, revoltado com a proibição do acesso ao toque e aos beijos das fãs, e agora está preso.

Aforismos

“Uma ideia, se não tiver risco, não presta”.

“O mundo é um palco. Os papeis é que estão mal distribuídos.”

“Eu tenho amigos para lembrar de quem eu sou.”

“É muita falta de imaginação alguém que não acha um motivo para beber champanhe.”

“Isso aqui meu filho [ela tira o sobretudo mostrando o tubinho preto de design] é um Paco Rabanne.”

Assim, reescrevendo aforismos de Wilde e acrescentando os seus, Bilac criou uma dramaturgia atraente. Mais do que numa homenagem a Wilde, o espectador se sente diante de um libelo à liberdade para os homossexuais – o que mostra o quanto o drama do escritor, preso por suas práticas sexuais naquele século 19, ainda ressoa.

Por fim, é preciso dizer que o espetáculo como um todo sofreu com o uso de microfone, algo desnecessário no teatro e que tolhe parte de seu encanto.

PROGRAME-SE

Beije Minha Lápide

Teatro Positivo – Grande Auditório (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3283. Direção de Bel Garcia. Dia 30 às 21 horas. R$70 e R$35 (meia-entrada). Classificação indicativa: 16 anos. Assinantes da Gazeta do Povo têm desconto de 50% na compra de dois ingressos por titular.

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