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HQ

O Gralha – Tão Banal Quanto Original

Diversos autores. Quadrinhópole, 2014. 138 págs., 39.

  • Principal personagem dos quadrinhos curitibanos ressurge em HQ pela primeira vez após 13 anos
  • O Gralha voa: lenda sobre a origem do super-herói foi desmistificada em nova publicação

Gustavo Gomes é um vestibulando que circula por Curitiba com sua pastinha de cursinho. Quando, porém, algum perigo premente ameaça a tranquilidade da terra dos pinheirais, ele se transforma n'O Gralha, o vigilante das Araucárias. Assim, enfrenta vilões como o Craniano, Araucária, e o Homem-Lambrequim com superpoderes que aludem às proverbiais idiossincrasias do povo curitibano.

Em 2014, treze anos depois da única publicação em livro, o super-herói ressurgiu no álbum O Gralha – Tão Banal Quanto Original publicado pela editora Quadrinhópole. O livro resgata onze histórias inéditas do personagem e desfaz uma lenda urbana sobre a sua criação.

"Achamos que era hora de resgatá-lo. O [cartunista da Gazeta do Povo] José Aguiar tinha este álbum engavetado e resolvemos editá-lo, trazendo as histórias para o momento atual. Algumas coisas precisaram ser cortadas ou reescritas em relação aos originais", explica o editor e quadrinista Leonardo Melo.

O Gralha surgiu em outubro de 1997, numa edição especial da extinta revista Metal Pesado em comemoração aos 15 anos da Gibiteca de Curitiba. Foi, desde o início, uma criação coletiva. E ainda que nunca tenha sido reconhecida oficialmente a paternidade do personagem, é sabido que nomes como Alessandro Dutra, José Aguiar, Antonio Eder, Luciano Tako X e outros estão envolvidos no processo.

Parte deles faze parte desta nova coletânea de histórias do herói. "É uma característica primordial do personagem a criação coletiva. Além disso é mais fácil trabalhar com histórias de vários autores. Fosse um desenhista fazer sozinho todo este trabalho, levaria no mínimo dois anos", avalia Melo.

Lenda Urbana

Em 1998, O Gralha ganhou sua página semanal no extinto caderno Fun, da Gazeta do Povo. Em 2001 a editora Via Lettera publicou um volume das histórias do personagem. Até o ano passado, porém, nada mais havia sido publicado.

Além de reviver o sotaque do super-herói, a coletânea esclarece um ponto controverso sobre a origem d'O Gralha. Desde seu nascimento, seus criadores difundiram a história de que o herói fora criado como uma homenagem a um ícone desconhecido dos quadrinhos curitibanos, o Capitão Gralha, que teria sido publicado no início da década de 1940 por um desenhista chamado Francisco Iwerten. Gustavo Gomes seria neto do capitão e teria herdado suas "gemas do poder".

No posfácio desta nova edição d'O Gralha, seus editores esclarecem que tanto Iwerten quanto o capitão Gralha jamais existiram. Foi tudo um "golpe publicitário" para chamar atenção sobre o personagem, mas, como acontece com as boas mentiras, a lenda foi tomada como verdadeira. Iwerten chegou a ganhar um prêmio póstumo pelo conjunto de sua obra. Para o ano que vem, a editora Quadrinhópole planeja lançar uma edição para colecionadores com histórias inéditas e bastidores da criação do personagem.

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