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André Mendes (esq.), Fernando Franciosi e Juan Parada levaram a arte brasileira até a Tailândia. | bem-te-vi produções/Divulgação
André Mendes (esq.), Fernando Franciosi e Juan Parada levaram a arte brasileira até a Tailândia.| Foto: bem-te-vi produções/Divulgação
André Mendes (esq.), Fernando Franciosi e Juan Parada levaram a arte brasileira até a TailândiaBem-te-vi Produções

As diferenças culturais entre Brasil e Bancoc, à primeira vista, são muitas. Na arte contemporânea, porém, elas são pouco perceptíveis, e praticamente se confundem. Pelo menos essa foi a ideia geral que os curitibanos André Mendes, Fernando Franciosi e Juan Parada, que atuam no mercado internacional e nacional há dez anos, perceberam no intercâmbio cultural entre os dois países – os três passaram 15 dias na cidade mais populosa da Tailândia em uma residência artística, que rendeu não só uma exposição, Tropikos , como um minidocumentário homônimo da viagem, feito pela bem-te-vi produções, lançado no Vimeo no último fim de semana.

  • Dia a dia de Bancoc e costumes da cidade de 15 milhões de habitantes influenciaram o trabalho dos brasileiros.
  • Tropikos ficou em cartaz na Hof Art Space, em Bancoc (Tailândia) durante dois meses.
  • Espaço da Hof Art Space tem quatro andares, com ajolamentos e aletiês para artistas.

No vídeo, iniciado em Curitiba antes de os três embarcarem, há registros gerais da viagem, bastidores da montagem de Tropikos (que ficou em cartaz na Hof Art Space até o fim do mês passado) e uma leitura sobre a cultura local. “A produção começou um mês antes de a gente ir, e eles pegaram toda a produção e a finalização dos trabalhos. Mas não quisemos fazer nada linear, e sim propor essa dualidade entre Curitiba e Bancoc”, explica Juan Parada, que levou painéis de cerâmica e esculturas para a mostra.

Residência

O espaço da Hof Art Space é um prédio de quatro andares que abriga vários ateliês, alojamentos e pequena sala de exposições. O local recebe artistas do mundo todo, que vão para Bancok realizar residências artísticas, onde trocam experiências e podem produzir em conjunto.

Na exposição colaborativa, Parada, Mendes (que expôs pinturas e trabalhos em resina – uma espécie de escultura de parede) e Franciosi (apresentou objetos e registros fotográficos de intervenções urbanas realizadas em Brasília, onde vive hoje, como a série Supimpa, um estudo de tipografia de palavras em desuso) se uniram aos tailandeses Chalit Nakpawan, Torlap Larpjaroensook e Jackkrit Anantakul. O resultado foi a percepção de que a arte contemporânea está falando a mesma língua. “Na abertura da mostra, uma francesa me disse que não conseguia saber quais trabalhos eram brasileiros ou tailandeses. Isso prova que, mesmo num contexto planetário e com culturas tão contrastantes, a linguagem da arte é de fato universal”, acredita Parada.

Assista

O vídeo Tropikos pode ser visto gratuitamente pelo link https://vimeo.com/118899416.

Além disso, os artistas tiveram a oportunidade de fazer uma residência artística na Art Residency Bangkok, que pertence à Hof Art Space – André Mendes conta que o espaço está localizado em uma mega quadra que funciona praticamente como um “distrito das artes”, com hotéis que trazem características de alguns artistas em seus quartos, restaurantes de culinária contemporânea, entre outros espaços que formam um “pequeno microcosmo” das artes. “É um local muito bem visitado, onde as pessoas de Bangkok se deslocam para visitar os lugares e as exposições”, diz o artista.

Cotidiano

Os costumes e a dinâmica de Bancoc também acabaram influenciando os artistas – Juan Parada conta que algumas referências tailandesas já estão aparecendo nos novos trabalhos. “Mergulhamos no contexto. Vem uma ‘ressacona’ depois da viagem, e agora as influências asiáticas estão ebulindo. É interessante sair do centro eurocêntrico e norte-americano, isso para nós tem muita potência.” Fernando Franciosi também destaca que a experiência não se deu só no campo das artes visuais. “Nós imergimos na cultura, claro. Conseguimos transitar pela cidade e perceber, além da repercussão da exposição, que a arte está sendo fomentada.” Esse convívio cultural mais abrangente foi o que mais impressionou positivamente o artista. “Encontramos um povo gentil, afetuoso. Você vê uma harmonia dentro do caos de uma cidade de 15 milhões de pessoas. Ouvi três buzinas nos 15 dias em que estava lá, há uma pacificidade, provavelmente muito influenciada pela religião budista. Mas, como no Brasil, também é um país de contrastes e desigualdades, que convivem muito próximas.”

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