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É triste observar, mas nos acostumamos a ver alguns povos como estatísticas. Iraque, Líbano, Afeganistão... não raro associamos estes países ao número de mortes em conflitos dos quais pouco ou nada sabemos. Mas e se pararmos e questionarmos: qual a razão de tamanha violência? De onde vem esse ódio que alimenta milhares no que parece ser um ciclo interminável? Tais questionamentos são lançados pelo autor e diretor Samir Yazbek na peça Post Scriptum, da companhia paulista Arnesto nos Convidou.

No palco está apenas uma família, mas por ela o espectador é colocado no meio do histórico conflito entre israelenses e palestinos. O pai desapareceu após retornar para sua terra natal, a Palestina. Enquanto o filho mais velho planeja seguir os passos do pai e honrar a luta contra aqueles que considera inimigos, o mais novo adota um viés pacifista e se relaciona pela internet com uma garota judia. Entre todos eles a mãe, cristã, que procura administrar os conflitos e a angústia de cada um.

Pode parecer contraditório, mas a abordagem intimista de “Post Scriptum” é justamente a chave para uma contextualização global. Uma das ênfases do espetáculo é de que a raiz da intolerância pode estar no seio familiar. O ódio geracional, transmitido de pai para filho, é muitas vezes o principal obstáculo para que se nutra alguma esperança de paz.

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