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Elenco de Samba Futebol Clube, todo formado por atores músicos e instrumentistas. As letras das músicas são inspiradas pelo esporte. | Leo Aversa/Divulgação
Elenco de Samba Futebol Clube, todo formado por atores músicos e instrumentistas. As letras das músicas são inspiradas pelo esporte.| Foto: Leo Aversa/Divulgação

Poucos espetáculos conseguem reunir tantos elementos populares quanto Samba Futebol Clube (SFC), que é um musical, é sobre o esporte nacional e ainda cita escritores enormes como Drummond e Nelson Rodrigues.

O único ponto fora da curva da popularidade poderá ser o fato de não contar uma única história, com bandidos e mocinhos.

Quinto musical do carioca Gustavo Gasparani, SFC será apresentado durante o Festival de Teatro, dias 31 de março e 1.º de abril, no Guairão.

Entre os oito atores/músicos do elenco está o curitibano Gabriel Manita, que se mudou para o Rio há dois anos. “Tenho rock na veia. Em uma das canções, tenho a oportunidade de fazer um solo”, diz o também psicólogo, que passou aqui na cidade pelos grupos Tanahora, Cia. Maurício Vogue e Delírio.

A presença do rock na trilha sonora da peça se explica: apesar do samba no título, o espetáculo passeia por gêneros diferentes, sem desprezar o funk e o sertanejo universitário.

“Podemos definir o tema como a musicalização que o Brasil fez do futebol, em todas as suas regiões”, conta Gasparani, que conversou com a Gazeta do Povo.

O grosso do conteúdo trata da relação da MPB com o futebol. Mais de 40 canções brasileiras dão as caras durante o show, seja entoadas por completo, em algumas estrofes ou citadas em trechos de fala.

“Fio Maravilha”, “Samba do Ziriguidum”, “Goleiro”, “Voa Canarinho”, “Pra Frente Brasil” e “Aqui é o País do Futebol” são algumas delas. Questionado sobre como costurou tudo isso na dramaturgia, o diretor avisa: “Ah, esse é o segredo do bom roteiro. A música que vira texto, o texto que vira música”.

O material de origem é bom, já que uma multidão escreve sobre futebol no Brasil. Foi o caso de Nelson Rodrigues, que, entre uma tragédia carioca e outra, dedilhou muita crônica esportiva.

A primeira parte mostra um grupo de torcedores conversando, entre si e com a plateia, e uma transmissão radiofônica que narra a história dos primórdios do futebol brasileiro. Nessa, surgem as citações a grandes ídolos, que se misturam à menção a autores de sucessos musicais, como Pixinguinha.

Na segunda, surge o time Samba Futebol Clube, que homenageia grandes jogadores. Gabriel Manita cita seu trecho preferido, em que o elenco conta um causo caipira envolvendo futebol e desemboca no sertanejo universitário. Assim como ele, todo o elenco é instrumentista e cantor – ele toca no espetáculo guitarra, violão, contrabaixo e até castanholas.

Muitas das canções ganham arranjos, como “Eu Quero Ver Gol”, do Rappa, sempre a cargo do maestro Nando Duarte.

O resultado aparenta agradar público e crítica: já são 17 indicações em diferentes categorias de vários prêmios, incluindo a de melhor autor e diretor no prestigiado Shell.

No festival do ano passado, Gasparani se apresentou num Ricardo III em que fazia 21 personagens. Em 2006, ele trouxe ao Guairão seu primeiro musical, Otelo da Mangueira, já com o propósito de criar dramaturgia puramente brasileira para musicais.

Programe-se

Samba Futebol Clube

Guairão (R. Conselheiro Laurindo, s/nº ), (41) 3304-7982. Dias 31 de março e 1º de abril, às 21h. R$ 70 e R$ 35 (meia). Classificação indicativa: 10 anos. Bilheterias nos shoppings Mueller, Palladium e ParkShopping Barigüi ou no: www.festivaldecuritiba.com.br.

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