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Sandy construiu Manuscrito sem pressa ou prazos, e diz ter produzido o que sabe fazer melhor: música pop |
Sandy construiu Manuscrito sem pressa ou prazos, e diz ter produzido o que sabe fazer melhor: música pop| Foto:

São Paulo - Aos 27 anos, Sandy carrega nas costas o peso de uma carreira voltada ao público adolescente muito bem-sucedida. Alcançou, ao longo dos 17 anos da dupla Sandy & Junior, um patamar difícil de ser atingido no atual mercado fonográfico – ela conseguiu trabalhar, durante três anos, no seu pri­­meiro disco-solo. E mais: sem ter de cumprir prazos definidos pela gravadora, sem pressa e no seu tempo.

Assim nasceu Manuscrito – o primeiro álbum de Sandy, que chega às lojas nesta sexta-feira (7). "Eu já tinha tentado trabalhar com calma no meu tempo com meu irmão, mas eu nunca tinha conseguido. Foi a primeira vez que eu consegui realmente ir aonde eu queria, como eu queria, sem influências externas", diz Sandy. "Tive uma liberdade muito grande, e assim você se sente à vontade para criar, deixar as ideias fluírem, deixar a cabeça e a alma trabalharem", completa.

Mesmo assim, por mais livre que seja esta primeira tentativa da cantora, ele não foge ao pop. "Eu tenho um gosto especial por jazz, pela bossa nova. E foi só por isso que eu fiz projetos paralelos [com estes gêneros]. Mas eu não tinha a intenção, nem naquela época, e nem depois, de trazer isso para o meu trabalho", explica. "Eu ainda não tenho elementos para querer ousar fazer jazz, é uma coisa complicada. Quem sabe um dia, mas ainda não."

O resultado do disco são músicas introspectivas e poéticas. Um pop mais adulto, sem dúvida, in­­timista e predominantemente acústico. A primeira música de trabalho, "Pés Cansados", foi es­­crita por Sandy e o marido, o músico Lucas Lima. Trata-se de um arranjo "minimalista", como define a cantora. "Quando a letra diz muito, o arranjo tem que ser mais leve", explica.

Todas as canções são assinadas por Sandy, algumas em coautoria com Lucas e também com o ir­­mão, Junior Lima. O processo co­­meçou em 2007, mas foi apenas em 2009 que a cantora decidiu encarar o estúdio – sempre cercada de pessoas próximas, como o irmão e o marido, que também assinam a produção do disco. "Eles sabem o que eu sou como pessoa, como artista. Participaram de todo o processo de concepção deste trabalho, me ajudaram a conceber o disco. Então, eu acho que foi muito justo entregar o disco para eles", explica.

Entre os destaques do CD, vale prestar atenção nas faixas "Ela/Ele", "Dias Iguais" e "Esconderijo". A primeira tem elementos eruditos, e foi composta "como uma valsinha". "Eu sempre gostei de músicas que contam histórias, e quis fazer uma também", conta Sandy. Já a se­­gunda conta com a colaboração de Nerina Pallot, cantora britânica que fez o arranjo no piano e também emprestou sua voz para a única colaboração externa no álbum de Sandy. Já "Esconderijo" – a mais introspectiva de todas – tem vocais melancólicos e conta com a performance de Sandy no piano Rhodes. "É mais emocional, tem só um minuto e me traduz muito", confessa. Para ouvir com calma. GGG

* A repórter viajou a convite da Gravadora Universal Music.

Serviço

Manuscrito. Sandy. Universal Music. Preço médio: R$ 19,90.

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