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Helena e Alexandre fazem um dos vários casais da peça | Victor Hugo/Divulgação
Helena e Alexandre fazem um dos vários casais da peça| Foto: Victor Hugo/Divulgação

Estreia

Amores Difíceis

Teatro Novelas Curitibanas (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 1.222 – São Francisco), (41) 3321-3358. Estreia hoje. Apresentações de quinta-feira a domingo, às 20 horas, até 19 de maio. Entrada franca. Classificação indicativa: 18 anos.

Depois de optar pelo teatro físico como forma e pela adaptação de obras literárias como conteúdo, a Súbita Cia. de Teatro agora entra na arena do metateatro. Amores Difíceis, que estreia hoje no Teatro Novelas Curitibanas, tem um formato em que o espectador é capaz de questionar se está vendo algo planejado ou espontâneo, especialmente quando os atores-personagens dizem uns aos outros coisas como: "Dá para você repetir essa cena? Quero entender melhor".

VÍDEO: Assista ao teaser da peça "Amores difíceis"

Essa guinada surgiu por acaso ao longo do processo criativo, que continua tendo por base a inspiração literária. Neste trabalho, o grupo parte do italiano Italo Calvino (com seu conto "A Aventura de um Esposo e de uma Esposa"), somado a uma subtrama da peça A Gaivota, de Anton Tchékhov e à peça Bodas de Sangue, de Federico García Lorca.

De todos os textos, foram extraídas cenas de amor – sim, é mais uma peça sobre o amor, conforme avisa uma das atrizes no início do espetáculo.

"Fomos atrás de muitas referências sobre esse tema. A literatura nos levou a outras peças e filmes", conta a diretora, Maira Lour.

De Tchékhov, foi extraído o frio relacionamento entre Masha e Medvedenko, personagens do drama que estão em "terceiro plano" na obra russa, conforme define Maira.

De Lorca, a "passividade e passionalidade" do casal em fuga ao som de flamenco. "Essa é uma das referências do amor, especialmente em novelas", diz Maira, referindo-se ao dilaceramento da paixão.

De Calvino veio a temática da difícil comunicação no dia a dia. Do próprio grupo, histórias pessoais, universalizadas na tentativa de levar a plateia à identificação.

Alternando-se, os quatro atores (Alexandre Zampier, Helena Portela, Janaina Matter e Pablito Kucarz) simulam cenas que teriam a função de entender o amor e de permitir que eles sintam e experimentem "coisas que estão nos livros". Uma delas, bem afinada, simula a morte de vários personagens trágicos de Shakespeare.

Entranhas

Foi durante os ensaios, iniciados em janeiro, que o grupo caminhou rumo à metalinguagem – o uso de referências ao próprio teatro e uma comunicação humorística que olha nos olhos do público têm sido ferramentas frequentes de companhias por todo o país.

Para o público, esse "rompimento da quarta parede" do teatro traz uma distensão, permite jogar junto com a peça. Para os atores, aparentemente é muito divertido.

Anteriormente, a Súbita havia destrinchado Milan Kundera e Jonathan Safran Foer, que basearam respectivamente as peças Vertigem e Porque Não Estou Onde Você Está – essa última é inclusive citada em Amores Difíceis.

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