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Val Salles em “Tchekhov”, que une vida e obra do escritor russo. | Chico Nogueira / Divulgação
Val Salles em “Tchekhov”, que une vida e obra do escritor russo.| Foto: Chico Nogueira / Divulgação

Para sua próxima estreia, “Nuon”, o premiado grupo curitibano Ave Lola irá caçar relatos amazônicos capazes de abastecer o espetáculo sobre o Camboja, que deve abrir temporada no Festival de Teatro de 2016.

Esse será um resultado colateral de uma longa viagem pelo norte do país, durante a qual serão apresentados os espetáculos “Tchekhov”, em Manaus, no belo teatro Amazonas, e “O Malefício da Mariposa” em três comunidades ribeirinhas do Rio Negro e em seis cidades do Amazonas, Amapá, Pará, Roraima, Acre e Rondônia situadas na fronteira do Brasil com países vizinhos.

A primeira apresentação acontece dia 19 de setembro, e o retorno do grupo a Curitiba se dará só em novembro. A longa viagem emendará dois projetos: Ave Lola Rumo ao Rio Negro e Brasil, Fronteiras do Norte.

Dessa vez, a expectativa é que cerca de 300 pessoas sejam impactadas em cada uma das três comunidades ribeirinhas, já que entidades locais se encarregarão de levar moradores de outros vilarejos. Nesses locais, que serão alcançados com auxílio da Força Aérea, os artistas permanecem três dias, durante os quais serão feitas oficinas de oito horas de duração e bate-papos sobre o espetáculo, além de rodas de contação de histórias – os contadores serão os habitantes da região.

“O Camboja tem um meio também muito ligado aos rios, com clima tropical muito parecido com o da Amazônia”, contou à Gazeta do Povo a diretora Ana Rosa Tezza, que já está criando a dramaturgia do próximo espetáculo. “Achamos que, no mínimo, isso nos nutrirá para o ‘Nuon’, com as histórias deles e a forma de contarem. Por exemplo, a relação com a serpente, que é uma entidade ligada a uma série de mitos amazônicos.”

“O Malefício da Mariposa” usa bonecos e poesia.José Tezza/

Arte daqui

A peça “O Malefício da Mariposa” foi escolhida pelo porte menor de cenários e figurinos. “As apresentações serão sempre no fim do dia, quando o sol está se pondo, porque é mais fresco e ajuda a gente a iluminar”, explica Ana Rosa.

O texto foi adaptado da peça de mesmo nome de Federico García Lorca de forma a tornar o espetáculo bilíngue. O fato de ser falado em português e, em alguns momentos, espanhol, deverá contribuir para o bom recebimento nas regiões de fronteira com países como Venezuela e Bolívia.

As apresentações de “Tchekhov” em Manaus também serão uma oportunidade de circular a arte “sulista” num território em que emanam outras influências, e ainda dialogar com artistas e público. “É fundamental para o artista conhecer o seu país”, acredita Ana Rosa.

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