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Cineasta no escritório, na companhia do cachorro Gigante: “As melhores ideias estão na tevê; o cinema ficou mais infantil.” | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Cineasta no escritório, na companhia do cachorro Gigante: “As melhores ideias estão na tevê; o cinema ficou mais infantil.”| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Os mais de 60 quilos de entusiasmo do pastor suíço Gigante recriam o dilema do “elefante na loja de cristais” dentro do escritório – cheio de equipamentos eletrônicos – em que o cineasta curitibano Calixto Hakim trabalha no bairro das Mercês.

Mas alguém lá em cima parece gostar do diretor de cinema, tevê e publicidade, um dos criadores da série televisiva “Santo Forte”, agora aposta do canal a cabo AXN (assista ao trailer).

Gigante não derrubou nada e a série, primeira produção nacional do canal, deve ir para o ar neste mês de agosto. A data ainda não está confirmada, pois como de praxe, o canal mantém em sigilo muitas das informações sobre a produção.

Um cuidado justificado pela competitividade de um mercado em expansão, impulsionada pela chamada “Lei da Tevê Paga”, que exige uma cota semanal de produções nacionais nos canais internacionais.

“As melhores ideias estão na tevê, enquanto o cinema ficou mais infantil”, aponta Calixto. “Para os produtores é melhor, as séries são mais baratas e causam impacto por mais tempo. Os atores trabalham melhor os personagens. O público assiste como e na hora que quiser”, elenca.

Estreia

A série de TV “Santo Forte” é a primeira produção nacional de ficção do canal AXN da Sony Pictures. Coproduzida pela Moonshot Pictures (de “Sessão de Terapia”) terá treze episódios nesta primeira temporada. A dupla de protagonistas é Vinicius de Oliveira (de Central do Brasil) e Laila Garin, estrela do espetáculo “Elis, o Musical” e do atual elenco da novela Babilônia. Rodada no Rio de janeiro, o personagem central é um taxista que se envolve na vida de seus passageiros após descobrir-se com capacidades extraordinárias.

“Eu não quero que o cinema acabe e nem acho que vai. Mas o público adulto é muito mais seletivo hoje para sair de casa e ver um filme”, observa.

Foi, contudo, o roteiro pensado para um filme que chamou a atenção e valeu o convite dos produtores de “Santo Forte”. A ideia foi adaptada como argumento do piloto da série e Calixto foi chamado para dirigir três episódios. Um trabalho de 45 dias que serviu de aula prática de produção audiovisual contemporânea.

“Nas séries, o trabalho é muito bem resolvido. Todos sabem onde começa e termina a atuação do diretor, do montador, do produtor”, disse. “Em um filme, o diretor precisa cuidar de tudo. Numa série precisa jogar para o time”, afirma.

A série

É a primeira produção nacional de ficção do canal AXN, da Sony Pictures. Terá treze episódios na 1.ª temporada. A dupla de protagonistas é Vinicius de Oliveira (“Central do Brasil”) e Laila Garin, do espetáculo “Elis, o Musical”. Rodada no Rio de janeiro, o personagem central é um taxista que se envolve na vida de seus passageiros após descobrir-se com capacidades extraordinárias.

Ele se diverte pensando que hoje, quando está perto de completar vinte anos de carreira, chegou a ingressar na faculdade de medicina da PUC-PR, para seguir os passos do pai, no início dos anos 1990. Durou só dois anos. “Era muito deprimente. Eu lidava melhor com os cadáveres do que com as pessoas doentes, sofrendo. Não era para mim”, relembra.

Ele acredita, no entanto que esta experiência pesou a seu favor, ao lado do curta em VHS que anexou ao pedido de admissão na avaliação da escola Art Center College of Design, na Califórnia (uma das mais importantes dos EUA de onde saíram diretores como Tarsem Singh e Michael Bay e o roteirista Roger Avary).

Eram os meados dos anos 1990, e ele viu de perto a afirmação dos filmes que misturavam ação e humor negro, fórmula presente em “Santo Forte”. “Era o cinema do qual sempre gostei, me deu a sensação que eu estava no caminho certo”, conta.

Calixto desde então dirigiu inúmeros filmes publicitários, foi diretor de programas como o “Louco de Bom”, da RPC TV, e de filmes e documentários premiados. “Sou basicamente um contador de histórias. Sempre gostei de contar, ouvir pensar uma forma visual para as experiências de vida”.

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