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O portal do MIT Global Shakespeares traz centenas de descrições de montagens de diversos países | Reprodução
O portal do MIT Global Shakespeares traz centenas de descrições de montagens de diversos países| Foto: Reprodução

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Veja algumas das peças brasileiras cadastradas pelo portal do MIT cujo conteúdo completo em vídeo pode ser visualizado:

O Relato Íntimo de Madame Shakespeare, de Emilio di Biasi (SP)

Macbeth – The Scottish Play, de Regina Galdino (2008)

Muito Barulho por Quase Nada, de Fernando Yamamoto e Eduardo Moreira (2003)

Sonho de uma Noite de Verão, de Patrícia Fagundes (2006)

Caliban, de Eduardo Bonito (1997)

Macbeth, de Ulysses Cruz (1992)

Romance de Romeu e Julieta, de Elza Andrade (1999)

Também estão disponíveis clipes e teasers para outras montagens, como:

Romeu & Julieta, do Grupo Galpão. Em breve, a versão apresentada no palco do Globe, em Londres, deve ser adicionada.

Outras montagens devem ser acrescentadas em breve:

Estou Te Escrevendo de um País Distante, de Felipe Hirsch

Sonho de uma Noite de Verão, de Marcelo Marchioro

Hamlet Trash, de Cesar Almeida

Romeu e Julieta, de Nena Inoue

Evento

A Irlanda hoje

O que acontece hoje no cenário literário irlandês, envolvendo a produção de textos para teatro e contos, é o tema de dois dias de palestras que a Universidade Federal do Paraná promove dias 10 e 11 de maio. A 1.ª Jornada de Estudos Irlandeses traz as professoras Munira H. Mutran e Laura P. Z. de Izarra, da Universidade de São Paulo, entre outros acadêmicos e profissionais do teatro, como a Cia. Ludens, de São Paulo. O conto contemporâneo na Irlanda é abordado pelo prisma do trabalho de nomes como Colm Tóibín, prolífico escritor e professor. Para mais informações e a programação completa, consulte o Blog do Caderno G (www.gazetadopovo.com.br/blog/blogdocadernog).

  • Da esquerda para a direita, Liana, Anna e Célia: parceiras na paixão por Shakespeare
  • O Hamlet de Marcelo Marchioro: transculturalidade
  • Otelo da Mangueira: drama transposto para o morro

O sonho de todo apaixonado por Shakespeare – assistir a montagens em vídeo, quando é impossível ver a apresentação ao vivo, ainda que não seja a mesma coisa – se torna realidade em uma iniciativa do Massachusetts Institute of Technology (MIT). E o Brasil participa do projeto, chamado Global Shakespeares.

O convite do criador, Peter Donaldson, chegou primeiro para o professor da pós-graduação em Letras da Universidade de Santa Catarina José Roberto O'Shea, que repassou a oportunidade a três orientandas suas, professoras em Curitiba e especialistas no bardo inglês: Liana Leão e Célia Arns de Miranda, da Universidade Federal do Paraná, e Anna Stegh Camati, da Uniandrade.

"O objetivo é mostrar um Shakespeare intercultural em países também fora do mundo anglófono. Inclusive, as montagens mais interessantes hoje vêm de países distantes da Inglaterra", conta a professora Anna.

A equipe brasileira vem se dedicando a cadastrar o maior número possível de montagens de obras de Shakespeare feitas no Brasil (por enquanto, são 13). Também se empenham em acrescentar detalhes enriquecedores, como descrições acadêmicas dos trabalhos. Liana escreve, por exemplo, que as montagens iniciais em solo nacional, realizadas por companhias estrangeiras ou pelo encenador pioneiro do teatro nacional, João Caetano (1808-863), traziam influência melodramática das adaptações francesas do século 19.

As professoras também incluem entrevistas com os diretores das montagens que cadastram. Aproveitaram, por exemplo, a vinda de Gustavo Gasparani ao Festival de Curitiba deste ano para registrá-lo falando sobre a direção musical de Otelo da Mangueira (2005). As conversas com os artistas são gravadas pela TV UFPR.

Elas também realizaram entrevistas com integrantes da montagem Sua Incelença, Ricardo III, da Cia Clowns de Shakespeare (o codiretor Fernando Yamamoto, o diretor musical e protagonista Marco França e a preparadora vocal Babaya), e com o diretor de R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida, João Fonseca.

Tesouro on-line

O catálogo virtual do MIT já inclui cerca de 300 produções, sendo que 75 montagens têm clipes e 30, o conteúdo integral das obras. As contribuições foram divididas em regiões (Ásia, Mundo Árabe, Reino Unido/EUA e Brasil), mas há também exemplos do que é feito na Dinamarca, Suécia e França.

Por incrível que pareça, foi a Ásia quem deu o impulso inicial, com a inclusão de diversas montagens. O continente foi dividido em duas regiões no portal (leste/sudeste e Índia). Dos indianos vem a montagem mais antiga cadastrada (Vasantikasyapnam: A Dream in Spring, de 1892).

Na China, a profusão de montagens com inserção de técnicas orientais lembra a inclusão da música popular brasileira nas nossas adaptações.

"Dos romances de Lao She e Lin Shu à busca de Lu Xun por um Shakespeare chinês, da ópera chinesa na Europa e em filmes mudos, Shakespeare tem aparecido em locais inesperados na Ásia, conferindo um rico tesouro transnacional e citações paradoxais na cultura popular e política", contou à Gazeta do Povo o professor da da Universidade PennState Alexander Huang, autor do livro Chinese Shakespeares.

No mundo árabe, surpreende assistir a uma montagem egípcia que coloca Maomé no texto de (Ricardo III: Uma Tragédia Árabe).

Em meio a esse caldo cultural, as montagens brasileiras têm sido consideradas inovadoras. "Os vídeos e as introduções escritas por nossas colaboradoras no Brasil apresentam a estudantes do mundo todo aspectos do teatro e da cultura brasileiros, assim como uma visão de Shakespeare na América Latina", observa Huang.

"Vai além de divulgar as montagens, também é importante formar um banco internacional para pesquisa", acrescenta Célia.

Serviço:

Global Shakespeares http://globalshakespeares.org/brazil

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