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Da esq. para a dir., Adriano Esturilho, Leticia Sabatella e Diego Florentino em entrevista coletiva sobre o longa-metragem Circular, que começa a ser filmado no dia 18 | Rosano Mauro Jr/Divulgação
Da esq. para a dir., Adriano Esturilho, Leticia Sabatella e Diego Florentino em entrevista coletiva sobre o longa-metragem Circular, que começa a ser filmado no dia 18| Foto: Rosano Mauro Jr/Divulgação

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Saiba mais sobre o filme Circular

Cada história sob direção própria. Para fazer isso sem criar um Frankenstein, os cinco diretores se cercaram de cuidados. "Queríamos imprimir a personalidade de cada um, mas sem que houvessem saltos entre uma história e outra. A ideia era permitir esse olhar diferenciado, mas com a fluência necessária para contar algo único", explica Adriano Esturilho.

Local

Circular se passa em Curitiba, mas poderia ser filmado em qualquer outra cidade da América Latina. "Queremos contar uma história universal", diz Diego Florentino. A cidade, no entanto, vai aparecer muito em um filme em que os personagens estão sempre transitando. Também há locações em Pinhais e Piraquara.

Estrela

Letícia Sabatella conta que aceitou o convite para participar do filme porque desejava voltar para Curitiba, de onde saiu em 1991, para exercitar um cinema "com sotaque cultural próprio". "Me dá ânimo ver a construção de um pólo de cinema e estar junto desse grupo de jovens talentosos", diz.

Um Interbairros, ônibus verde que circula pelos bairros de Curitiba, é uma espécie de microcosmos que serve de metáfora para os encontros e desencontros que vivenciamos ao longo da vida. Passageiros de todo os tipos, sentados lado a lado, sabem pouco ou quase nada uns dos outros. "São desconhecidos que, às vezes, se revelam determinantes em nossa existência", diz Aly Muritiba, em entrevista concedida à imprensa ontem, no Hotel Rochelle.

O tradicional veículo de transporte público curitibano é o cenário onde se cruzam as histórias de Circular, primeiro longa-metragem de Muritiba, Adriano Esturilho, Bruno de Oliveira, Fábio Allon e Diego Florentino, vencedor do prêmio de R$ 1 milhão do Edital de Longa-Metragem de Baixo Orçamento do Ministério da Cultura – MinC – o mesmo que permitiu a realização de Estômago, premiado longa do curitibano Marcos Jorge. "Fomos recusados em vários editais antes de vencermos neste. Então, foi um projeto suado, batalhado", conta Fábio Allon.

O quinteto busca novo aporte de R$ 300 mil em um edital da Venezuela para complementar o orçamento viabilizado pelo MinC. O recurso será necessário para a realização de um filme de baixo orçamento, filmado com equipamento digital, mas com pretensão de ser grande. "Temos 50 personagens com fala, 300 figurantes e 30 locações", enumera Muritiba.

No dia 18, uma luta de boxe inaugura as filmagens da ficção dirigida pelos cinco jovens cineastas, promessas do cinema paranaense que se encontraram nas carteiras da Escola de Cinema da CineTVPR/FAP. "Em três anos, exercitamos diversas funções um no curta-metragem do outro. Aí pensamos: podíamos criar um filme com um formato em que todos pudessem participar para coroar esta amizade", conta Allon.

A dez mãos

O "verdão", como é chamado o Interbairros, será o ponto de convergência entre as histórias dos cinco protagonistas do filme. É no coletivo que Carlos, um estrangeiro que acaba de chegar ao Brasil (o uruguaio César Trancoso, de O Banheiro do Papa e XXY), assalta o cobrador e pugilista Lourival (Santos Chegas, de Sol na Neblina), faz de refém uma artista plástica grávida (Letícia Sabatella) e é surpreendido por um policial evangélico (Marcel Szymanski, um dos detentos de Estômago).

Cada diretor dirigiu uma das cinco histórias que narram um dia na vida de cada personagem – até o momento em que eles se cruzam no ônibus. Alguns personagens circulam por mais de uma história. "Não queríamos criar episódios estanques, como no filme Paris Te Amo, mas que se relacionassem", diz Allon.

O roteiro, que partiu de um argumento de Muritiba, foi escrito a dez mãos. "Após uma discussão inicial para definir os protagonistas, cada um ficou responsável por escrever 15 páginas sobre o personagem que escolheu. Aí voltamos a sentar juntos para amarrar os textos", conta Muritiba. Com o projeto aprovado pelo MinC, os diretores fizeram uma leitura pública e, a partir das críticas e sugestões lançadas ali, reescreveram o roteiro.

A intenção é continuar expondo o filme ainda em processo ao público com a exibição do primeiro corte do filme. "Queremos que o filme seja visto, tenha espectadores, então, nada mais justo do que ouvir a opinião das pessoas", diz Muritiba.

Se o elenco mescla protagonistas experientes e jovens atores locais como Débora Vecchi, que participou do longa Gol a Gol, de Allon e Esturilho, ainda inédito, e Luiz Bertazzo, da companhia teatral CiaSenhas, a equipe técnica não poderia ser diferente. O quinteto convidou o renomado diretor de fotografia Carlos Ebert (de Do Luto à Luta) para integrar a equipe. "É uma oportunidade que temos de aprender, de trabalhar com pessoas experientes", diz Allon.

Ebert, que há algum tempo migrou da fotografia em película para a digital, optou por soluções simples, coerentes com o formato e que não comprometem o orçamento do projeto. "Ele propôs uma unidade estética entre as cinco histórias para que elas não destoassem, com uma fotografia mais naturalista, com tons rebaixados, utilizando menos a luz de cinema e mais a luz natural", conta Diego Florentino.

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