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O diretor Steven Soderbergh fala durante uma coletiva de imprensa para o lançamento do filme “Unsane” | STEFANIE LOOS/AFP
O diretor Steven Soderbergh fala durante uma coletiva de imprensa para o lançamento do filme “Unsane”| Foto: STEFANIE LOOS/AFP

A obra do diretor Steven Soderbergh merece ser vista sobre vários olhares. Além de seus filmes, ele é um dos responsáveis pelo crescimento do cinema independente, contribuindo inclusive para que o Sundance se tornasse o maior festival mundial dos indies, após o seu “Sexo, Mentiras e Videoteipe” em 1989 ter saído de Park City para ganhar a Palma de Ouro em Cannes.  

Mas, certamente a partir de “Unsane”, seu trabalho será visto também sob um olhar ligado à utilização de novas tecnologias no cinema.  

O filme – na mostra oficial fora de competição nesta 68ª edição do Festival de Berlim – foi inteiramente filmado com um iPhone.  

Não é algo inédito, a primazia tinha sido do americano também independente Sean Baker com “Tangerine”, filmando unicamente com a câmera de iPhones. O filme foi lançado no Sundance em 2015.  

Mas Soderbergh talvez seja o primeiro diretor aclamado internacionalmente a usar celular como principal método de filmagem.  

“Unsane” segue uma jovem (Claire Foy) sob o assédio de um psicopata em uma clínica psiquiátrica que pratica fraudes sistemáticas. Ninguém aparentemente acredita nela e as autoridades não querem ou são incapazes de ajudá-la.  

O filme procura questionar a percepção da realidade, o instinto de sobrevivência e o sistema que deveria cuidar mais das pessoas.  

Na coletiva com a imprensa, antes da sessão de gala no Palácio dos Festivais, Soderbergh disse que o assédio sofrido pela protagonista não tem relação com os recentes debates sobre abusos sexuais que tem tomado conta do mundo do cinema.  

“Começamos a gravar antes, mas certamente o assédio é um tema muito presente no filme”, ressaltou o diretor explicando sua opção de filmar com um iPhone, assunto que praticamente dominou a entrevista.  

“Acho que alguém que veja este filme e não tenha tido acesso à história da produção, não imaginará que ele foi filmado no telefone”, destacou o diretor, acrescentando que para ele sempre é preciso tentar novas ideias.  

“Dou muita importância ao lado tecnológico das coisas. Penso nisso desde que eu tinha 15 anos e para mim esse é o futuro”, ressaltou o diretor de 55 anos.

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