The Handmaid’s Tale: série vencedora do Emmy traz à tona autoritarismo em futuro distópico

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Em janeiro, quando centenas de milhares de mulheres se reuniram em Washington para protestar contra a posse do presidente Donald Trump, a novelista Margaret Atwood começou a receber uma série de notificações no Twitter e no Facebook. As pessoas lhe mandavam imagens de manifestantes com cartazes que mencionavam seu romance distópico, "O Conto da Aia" (The Handmaid’s Tale). Publicada em 1985, a obra baseou a série de mesmo nome e grande vencedora da 69ª edição do Emmy, o Oscar da TV americana, cuja premiação ocorreu no domingo (17). O trabalho levou cinco estatuetas, incluindo melhor roteiro, melhor série dramática e melhor atriz de série dramática (Elizabeth Moss). 

"O Conto da Aia" se passa em um futuro não muito distante, na Nova Inglaterra, quando um regime totalitário toma o poder e os direitos civis são tirados das mulheres. Nos últimos meses, Atwood tem visto leitores ansiosos enxergando paralelos terríveis entre a sociedade opressiva do romance e o objetivo da política do governo republicano atual de cercear direitos reprodutivos. 

Em 2016, as vendas do livro, que está em sua 52ª edição, cresceram cerca de 30% em relação ao ano anterior. A editora do Atwood reimprimiu 100 mil cópias para atender ao aumento da demanda após a eleição. 

"O Conto da Aia" é um dos vários romances distópicos clássicos que parecem tocar os leitores em um momento de grande ansiedade sobre a situação da democracia americana. As vendas de "A Revolução dos Bichos" e de "1984", ambos de George Orwell, também subiram drasticamente, levando-os ao topo da lista dos mais vendidos da Amazon. 

Leia também: 7 exemplos de que estamos vivendo em 1984, o livro

Outras obras que os leitores de hoje provavelmente não veem desde o ensino médio, mas que já entraram para essa lista são: "Admirável Mundo Novo", romance de 1932 de Aldous Huxley, história de um futuro distópico na Inglaterra, no ano de 2540, e o romance de 1935 de Sinclair Lewis, "It Can't Happen Here", uma sátira sobre um candidato presidencial belicoso com uma plataforma populista nos Estados Unidos, mas que não passa de um demagogo fascista. 

Confira os vencedores do Emmy:

Melhor série dramática 

"The Handmaid's Tale" (Hulu)  

Melhor série de comédia

"Veep" (HBO) 

Melhor atriz em série dramática  

Elisabeth Moss, "The Handmaid's Tale" (Hulu)  

Melhor ator em série dramática 

Sterling K. Brown, "This Is Us" (NBC)  

Melhor atriz em série de comédia  

Julia Louis-Dreyfus, "Veep" (HBO)  

Melhor ator em série de comédia 

Donald Glover, "Atlanta" (FX)  

Melhor atriz coadjuvante em série dramática 

Ann Dowd, "The Handmaid's Tale" (Hulu) 

 Melhor ator coadjuvante em série dramática  

John Lithgow, "The Crown" (Netflix) 

 Melhor atriz coadjuvante em série de comédia  

Kate McKinnon, "Saturday Night Live" (NBC) 

 Melhor ator coadjuvante em série de comédia  

Alec Baldwin, "Saturday Night Live" (NBC) 

 Melhor atriz em série limitada ou filme para a TV

Nicole Kidman, "Big Little Lies" (HBO) 

 Melhor ator em série limitada ou filme para a TV 

Riz Ahmed, "The Night Of" (HBO) 

 Melhor atriz coadjuvante em série ilimitada ou filme para TV  

Laura Dern, "Big Little Lies" (HBO) 

 Melhor ator coadjuvante em série ilimitada ou filme

Alexander Skarsgard, "Big Little Lies" (HBO) 

 Melhor filme para TV

"Black Mirror" (Netflix)The winners below were announced at the Creative Arts Emmy Awards on Sept. 9 and Sept. 10. 

 Melhor série ilimitada

"Big Little Lies" (HBO) 

 Melhor talk show e variedades

"Last Week Tonight with John Oliver" (HBO) 

 Melhor série de variedades em esquetes

"Saturday Night Live" (NBC) 

 Melhor reality show de competição  

"The Voice" (NBC) 

 Melhor roteiro de série dramática  

Bruce Miller, "The Handmaid's Tale" for the episode "Offred (Pilot)" (Hulu) 

 Melhor direção de série dramática  

Reed Morano, "The Handmaid's Tale" (Hulu) 

 Melhor roteiro de série de comédia  

Aziz Ansari and Lena Waithe, "Master of None" for the episode "Thanksgiving" (Netflix) 

 Melhor direção de série de comédia  

Donald Glover, "Atlanta" (FX) 

 Melhor roteiro de série ilimitada, filme ou drama   

Charlie Brooker, "Black Mirror" for the episode "San Junipero" (Netflix) 

 Melhor direção de série ilimitada, filme ou drama  

Jean-Marc Vallée, "Big Little Lies" (HBO) 

 Melhor programa de variedades

"Last Week Tonight With John Oliver" (HBO) 

 Melhor direção de série de variedades  

Don Roy King, "Saturday Night Live" (NBC) 

 Melhor atriz convidado em série de comédia 

Melissa McCarthy, "Saturday Night Live" (NBC) 

 Melhor ator convidado em série de comédia  

Dave Chappelle, "Saturday Night Live" (NBC) 

 Melhor atriz convidada em série dramática 

Alexis Bledel, "The Handmaid's Tale" (Hulu) 

 Melhor ator convidado em série dramática 

Gerald McRaney, "This Is Us" (NBC) 

 Melhor apresentador de reality show ou programa de competição

RuPaul Charles, "RuPaul's Drag Race" (Logo) 

 Melhor reality show roteirizado 

"Shark Tank" (ABC) 

 Melhor reality show sem roteiro  

"United Shades Of America With W. Kamau Bell" (CNN) 

 Melhor especial de variedades  

"Carpool Karaoke Primetime Special 2017" (CBS) 

Melhor programa de classe especial

"70th Annual Tony Awards" (CBS) 

 Melhor documentário sem especialidade

"13th" (Netflix) 

 Melhor série de documentário ou não-ficção

"Planet Earth II" (BBC America) 

 Melhor série informaconal ou especial  

"Leah Remini: Scientology And The Aftermath" (A&E) 

 Melhor documentação cinematográfica

"LA 92" (National Geographic) 

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— Gazeta do Povo (@gazetadopovo) September 18, 2017