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| Foto: Drew AngererAFP

Uma tela de Leonardo Da Vinci retratando Cristo com uma esfera de cristal na mão é a obra de arte mais cara já vendida na história —US$ 450,3 milhões, cerca de R$ 1,5 bilhão, foi o preço pago por ela num leilão em Nova York nesta quarta-feira (15). 

Em menos de 20 minutos, a peça que abriu a venda da noite ofertada a US$ 70 milhões chegou a esse valor obsceno, arrancando aplausos, suspiros e murmúrios incrédulos de colecionadores espremidos na Christie's, em Manhattan. 

"É um momento histórico", dizia Jussi Pylkkanen, o leiloeiro, minutos antes de bater o martelo. Ele já vinha se contorcendo no púlpito, impulsionando para cima o valor dos lances, a cada telefonema ou plaquinha levantada por alguém na plateia. 

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Seu preço final é mais do que o dobro dos US$ 179,4 milhões pago por uma tela de Picasso leiloada há dois anos, até agora a mais valiosa já arrematada em venda pública. 

É ou não é? 

O "Salvator Mundi", antes de se tornar a pintura mais cara vendida em toda a história, considerando leilões e vendas privadas, teve um histórico de preços tão eletrizante quanto os minutos antes de selar seu destino como vedete do mundo da arte dominado pelos ultrabilionários. 

Desde que foi pintada pelo mestre renascentista, há 500 anos, o valor da tela também veio oscilando como um eletrocardiograma, dependendo da crença que vingava no momento —muitos estudiosos ainda atribuem o quadro não a Da Vinci, mas a um de seus vários discípulos. 

Mesmo podendo ser uma espécie de filho bastardo de Da Vinci, o quadro passou boa parte de sua existência nas mãos da nobreza. Esteve na coleção de três reis ingleses, entre eles Charles I, e foi leiloado pelo filho do duque de Buckingham no século XVIII. 

Depois de um tempo sumida, a tela ressurgiu no século XX nas mãos de um colecionador britânico, que dizia se tratar de obra de um discípulo. Em 1958, ela acabou sendo vendida, em péssimo estado de conservação, por menos de míseros US$ 10 mil. 

Seu último dono, agora algumas centenas de milhões de dólares mais rico, era o bilionário russo Dmitry Rybolovlev, que pagou US$ 127,5 milhões por ela em 2013.

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