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O que sobrou do Espaço Frans Krajcberg, instalado no Jardim Botânico em 2003. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
O que sobrou do Espaço Frans Krajcberg, instalado no Jardim Botânico em 2003.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Alvo de brigas judiciais e promessas não cumpridas há pelo menos sete anos, o Espaço Cultural Frans Krajcberg, localizado atrás da estufa do Jardim Botânico, em Curitiba, se tornou um “esqueleto” sem utilidade. Antigo abrigo da exposição de esculturas do artista que dá nome à estrutura, o local foi esvaziado quando Krajcberg percebeu que suas obras estavam sem o cuidado necessário. E, agora, se tornou alvo de questionamentos por parte de turistas e curitibanos que não entendem a existência das grades metálicas ocas no jardim.

Veja fotos do estado do Espaço Frans Krajcberg no Jardim Botânico

Enferrujado, sem as placas de policarbonato que vedavam o ambiente e com as chapas metálicas do teto levantando, o espaço aparenta abandono e até mesmo destruição. “Quando vimos essa estrutura, pensamos que tinha sido um local destruído por um temporal, algo assim”, diz a turista Maria Cristina Pereira, dona de casa, de 66 anos, que de veio de Pelotas (RS) para visitar a cidade com o marido. Já o magistrado Eraldo Costa, que veio de Macapá (AP), sente que o espaço “passa uma impressão de descaso”.

Os moradores locais, enquanto isso, simplesmente não têm explicação para a situação do local: “Tenho trazido turistas aqui há quatro anos, e ao longo desses quatro anos falo para eles que o espaço está em reforma. Já está ficando, no mínimo, estranho”, explica Régis Meira, guia turístico especialista em passeios pelo Jardim Botânico.

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Segundo Meira, as 110 esculturas que ocupavam o local eram algo a mais para entreter os visitantes no jardim, que na maior parte das vezes acabam querendo conhecer apenas a estufa. Além de se incomodar com a impressão de desleixo que o espaço passa,ele acredita que o local poderia ser muito mais bem usado. “Ou dá uso para o local, ou tira essa estrutura daí. Poderiam usar para atividades de academia ao ar livre, ou como espaço de recreação”, sugere o guia turístico.

Outra sugestão parte da turista Daniele Feitosa, médica que veio de Recife para um congresso na cidade: “Eu nem pensei em entrar ali, porque assim que vi a estrutura pensei que fosse um espaço para eventos. Ficaria muito legal usar para essa finalidade, inclusive”, avalia a Daniele, que também sugere a colocação de plantas trepadeiras por toda a estrutura.

Impasse antigo

O espaço Frans Krajcberg foi criado em 2003, depois do artista polonês naturalizado brasileiro doar 110 esculturas à cidade, feitas com restos de madeira de florestas brasileiras incendiadas. Com reclamações do próprio artista quanto ao estado de conservação das obras, o local foi fechado para visitação em 2010. De lá para cá, as obras foram tomadas por Krajcberg,e levadas para Nova Viçosa, no sul da Bahia - onde o artista mora atualmente. O espaço, enquanto isso, ficou vazio.

Em janeiro de 2016, a prefeitura divulgou que um edital seria montado para licitar a reforma do espaço, o que incluiria nova iluminação, pintura da estrutura metálica, e a instalação de bancos e floreiras. A promessa, porém, nunca foi cumprida.

Procurada pela reportagem, a prefeitura afirmou estar estudando um novo fim para a estrutura. Enquanto não define o destino definitivo, porém, a gestão diz estar fazendo manutenção e limpeza do espaço “para que não haja risco ou prejuízo à visitação do local”.

Colaborou: Cecília Tümler

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