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| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

Mais categorias confirmaram nesta quinta-feira (27) que vão aderir à greve geral em Curitiba marcada para a próxima sexta-feira (28). Agora, frentistas, os motoristas de linhas de ônibus rodoviários, funcionários da Copel e Sanepar também prometem reforçar a paralisação contra as reformas trabalhista e da Previdência.

Até então, já haviam confirmado participação na mobilização motoristas e cobradores do transporte coletivo da capital, servidores municipais de Curitiba, incluindo guardas municipais, professores da rede pública e particular, professores e servidores de universidades públicas e privadas, trabalhadores da limpeza pública, do aeroporto, da Justiça Federal e do Trabalho, bancários, policiais civis, vigilantes e metalúrgicos. A maioria dessas categorias vai participar de um ato às 9 horas desta sexta, na Praça Nossa Senhora da Salete.

INFOGRÁFICO: Veja todas as categorias que aderiram à greve geral

Postos de saúde e UPA’s

A decisão dos funcionários públicos municipais de parar nesta sexta vai afetar os serviços administrativos prestados pela prefeitura e também a saúde. Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) vão funcionar com menos médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem, afirmou o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc). A situação, assinalou a entidade, pode gerar mais demora nos atendimentos.

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A prefeitura afirma que ainda não recebeu comunicado oficial do sindicato sobre a paralisação e que atendimentos e consultas marcadas para o dia seguem mantidos.

Hospitais

O Sindicato dos Servidores Estaduais da Saúde do Paraná (SindSaúde) também confirmou adesão aos protestos. A entidade representa médicos, enfermeiros e técnicos que atuam nas unidades próprias do estado, como os Hospitais do Trabalhador e o Regional do Litoral, por exemplo.

Segundo Elaine Rodella, uma das diretoras do sindicato, a categoria está se organizando para manter um quadro mínimo de 30% dos trabalhadores, embora a ideia seja reunir o máximo de servidores possíveis nos protestos. “Este será mais um dia em que estaremos no limite e a [greve] é necessária porque os nossos governos não têm mais respeito com o direito e com o dinheiro do povo”, justificou a diretora.

A greve geral desta semana também vai reunir os trabalhadores das universidades públicas de Curitiba, o que inclui funcionários do Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Além dos servidores administrativos, o Sinditest-PR representa também profissionais da saúde que atuam no HC e na Maternidade Victor Ferreira do Amaral. Por isso, o sindicato afirmou que comunicou antecipadamente a direção do HC sobre a paralisação.

O HC informou, apesar disso, que o cronograma normal de consultas e cirurgias eletivas para sexta-feira. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que ainda não foi notificada sobre a paralisação dos servidores e que, portanto, também mantém as consultas e cirurgias agendas. Caso haja um aviso prévio sobre a greve, a Sesa informou que pode reavaliar as agendas.

Escolas

Professores de escolas das redes municipal, estadual e também da particular devem participar da greve geral. Os docentes da rede estadual de ensino vão aproveitar o dia para relembrar os dois anos do episódio que ficou conhecido como a “Batalha do Centro Cívico”– quando, no dia 29 de abril de 2015, policiais militares deixaram mais de 200 pessoas feridas durante um protesto na região central de Curitiba.

A greve geral desta sexta-feira será a primeira em 74 anos que vai contar com o apoio dos professores da rede particular de ensino do Paraná. “Historicamente nunca aconteceu. Mas agora nós decidimos [participar] porque é uma comoção nacional, com a perspectiva de piores condições de qualidade de trabalho para todos”, disse o presidente do Sinpropar, cuja base reúne cerca de 10 mil professores das escolas particulares do estado.

Também aderiram à greve os professores e técnicos do Instituto Federal do Paraná (IFPR).

Universidades

Os professores das universidades particulares de Curitiba e região também podem deixar de comparecer às aulas na sexta-feira. O sindicato da categoria decidiu convocar os docentes à greve geral.

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Professores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e da UFPR engrossam o protesto.

Limpeza pública

O sindicato dos trabalhadores em coleta de lixo, conservação e limpeza pública (Siemaco) informou que a greve afeta o primeiro turno de sexta, que começa às 7 horas, e também o segundo turno do dia, que inicia às 19 horas e segue até as 7 horas de sábado (29). Cerca de 1,5 mil toneladas de resíduos sólidos devem deixar de ser recolhidas.

Transporte

Após o anúncio da adesão à greve geral por motoristas e cobradores, a Urbs, empresa que gerencia o sistema do transporte público na capital, informou que vai pedir na Justiça a circulação de frota mínima de ônibus nesta sexta. A solicitação pede 80% da frota nos horários de pico (entre 5h e 9h e das 17h às 20h) e de 70% nos horários de menor movimento. A Urbs ainda informou que está avaliando uma possível liberação de transporte alternativo para o dia de paralisação. Ainda não há decisão judicial para o pedido da Urbs.

Delegacias

De acordo com o Sinclapol, sindicato que representa os policiais civis do Paraná, na sexta só serão atendidas nas delegacias ocorrências de emergência, como sequestros e homicídios, por exemplo. Boletins de ocorrência não serão feitos. O sindicato diz ainda que, como o protesto é geral, o ato também vai prejudicar a emissão de documentos de identidade nos institutos de identificação do estado, inclusive na capital.

Aeroporto

Os aeroportuários, funcionários das empresas aéreas responsáveis pelo check-in, despachantes de voos, auxiliares de serviços gerais, entre outros serviços em aeroportos, informaram que vão parar as atividades também. Por causa disso, a Gol e a Latam anunciaram que vão permitir a troca de data em passagens marcadas para esse dia, sem custos aos passageiros.

Bancos

Além dos bancários, vigilantes que atuam em agências também vão aderir à greve. Os sindicatos dessas categorias preveem que a abertura de agências pode ser afetada por causa disso nesta sexta-feira.

Postos de combustíveis

Com a adesão de frentistas de Curitiba à greve geral, o abastecimento de veículos em postos de combustíveis deve ser afetado. A previsão é de que 70% da categoria pare nesta sexta.

Segundo o sindicato que representa os trabalhadores do setor, o Sinpospetro, a expectativa é de que a maioria dos postos da capital, principalmente no Centro, permaneça fechada das 6h às 14h30 desta sexta. Após esse horário, de acordo com a entidade, o funcionamentos dos estabelecimentos deve ser normalizado aos poucos. Até por se tratar de véspera de feriado, o sindicato orientou os trabalhadores para que retornem ao trabalho após a finalização dos atos conjuntos de 28 de abril no Centro de Curitiba.

Correios

Em uma assembleia realizada na última quarta-feira (26), os trabalhadores dos Correios decidiram entrar em greve por tempo indeterminado e devem participar da mobilização desta sexta-feira. De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a greve foi motivada pela possibilidade de privatização e demissões, o fechamento de agências e o “desmonte fiscal” da empresa, com diminuição do lucro devido a repasses ao governo e patrocínios. No Paraná, o indicativo de greve já havia sido aprovado no dia 11 de abril.

Sanepar e Copel

Tanto o Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento quanto o Sindicato dos Eletricitários de Curitiba anunciaram que participarão da greve geral e do ato na Praça Nossa Senhora de Salete. Com isso, serviços de manutenção e recuperação da Copel, o tratamento de água e esgoto da Sanepar, assim como a leitura dos hidrômetros, podem ser afetados.

Apesar disso, o governo do Paraná informa que os serviços ligados ao estado devem funcionar normalmente nesta sexta.

Ato nacional

Organizado desde o mês passado, o dia de greve geral leva a assinatura de várias entidades sindicais, entre elas, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical. O ato ganhou fôlego depois de um dia de atos nacionais realizado em 17 de março, contra as reformas trabalhista e da Previdência. Na data, diversos serviços foram paralisados em todo o país.

Desta vez, entram na pauta dos trabalhadores discussões sobre a lei da terceirização, sancionada com vetos pelo presidente Michel Temer (PMDB) no fim de março, bem como protestos contra as reformas trabalhista e da Previdência, que tramitam no Congresso.

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