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Doze das 25 lojas do terceiro andar do Afonso Pena estão fechadas: consumidores migraram para a nova ala do aeroporto. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Doze das 25 lojas do terceiro andar do Afonso Pena estão fechadas: consumidores migraram para a nova ala do aeroporto.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

As obras de ampliação do Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, finalizadas em 2016, trouxeram mais conforto aos viajantes, mas ocasionaram prejuízo para parte dos lojistas. Os passageiros podem desfrutar de ambientes mais modernos, com mais iluminação e ar-condicionado. A nova estrutura quase que dobrou a capacidade do aeroporto - de 7,8 milhões para 14,8 milhões de passageiros por ano. Já os comerciantes não escondem a insatisfação com a nova disposição dos serviços depois da reforma, que, segundo eles, teve um grande impacto nas vendas na ala antiga.

A própria Infraero admite que 40% dos pontos comerciais do Afonso Pena estão desocupados. E a imagem de corredores às moscas sustentam as queixas dos comerciantes. Nos últimos dois anos, vários boxes instalados nos corredores do terceiro piso fecharam porque não tinham mais clientes. “Informamos que, em vista das alterações e concentração do fluxo de pessoas na nova área de embarque do aeroporto, desativaremos essa sala a partir do dia 31/05/2016”, diz um dos vários avisos de encerramento de atividades colados nas lojas fechadas.

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No terceiro andar funcionavam cerca de 25 estabelecimentos antes da inauguração da nova ala, entre lojas de presentes, restaurantes, agências bancárias e de viagens. Dessas, 12 estão de portas fechadas atualmente. Nesse ritmo, as filas que se formavam para o lanche antes da mudança chegam a dar saudades para Hilda Biorchi, 56 anos, gerente de um restaurante. “Fila agora só quando as empresas dão voucher ou quando o aeroporto fecha para pousos e decolagens”, comenta.

Segundo Hilda, dos 50 funcionários que se revezavam do começo da manhã até o fim da noite para atender os clientes, sobraram quase metade, 27. Ainda assim, está difícil manter em pé o negócio. “Podemos dizer que aqui está abandonado e ninguém fez nada para melhorar. Com o embarque lá do outro lado, vocês acham que as pessoas vão andar até aqui para depois voltar? Ninguém faz isso”, argumenta a gerente, que estima um encolhimento 50% nos atendimentos.

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Outra lojista, que não quis se identificar, propôs algumas simples alternativas para a Infraero - estatal que gerencia o aeroporto -, entre elas melhorias na iluminação, já que a ala antiga é mais escura que a nova, no que foi atendida. Mesmo assim, o resultado não foi muito animador. “Eles também colocaram indicações nos elevadores dizendo o que tem em cada piso, mas a questão é que essa nova ala dispersou muito as pessoas. No lado novo é bem melhor, então ninguém passa por aqui, é bem pouco cliente que entra”, lamenta.

Se por um lado algumas lojas tentam resistir, outras não dão conta de arcar com as despesas com um retorno baixo. Uma agência de turismo Pena vai fechar no próximo mês por causa da migração de passageiros para o outro lado do aeroporto.

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A abertura de lojas com o mesmo serviço no novo espaço levou praticamente todos os clientes, reclama o funcionário de outro estabelecimento.“Aqui ficou um vazio total. Não sobrou mais nada nesse corredor”, observa.

Mais comércio

Mesmo com as lojas vazias da ala antiga do aeroporto, a Infraero ainda considera boa a participação de empresas nas licitações das áreas no Aeroporto Afonso Pena. “ Atualmente, 59% dos pontos comerciais do terminal paranaense estão ocupados”, afirma em nota.

Ainda segundo a empresa estatal, somente no ano passado foram feitas 51 licitações, das quais nove terão contratos iniciados até fevereiro . “Apenas neste em janeiro, o aeroporto contará com mais oito áreas ocupadas de forma eventual; e no decorrer do primeiro semestre deste ano, está prevista a publicação de 20 processos licitatórios”, informa a Infraero.

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