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A imagem da campanha realizada pelos moradores  utiliza uma lanterna para iluminar o farol abandonado | Gustavo Schiavon/Colaboração
A imagem da campanha realizada pelos moradores utiliza uma lanterna para iluminar o farol abandonado| Foto: Gustavo Schiavon/Colaboração

O Farol das Conchas, localizado na Ilha do Mel, no Litoral do Paraná, estaria apagado desde o segundo semestre de 2017 segundo os moradores. Diante da situação, um grupo decidiu lançar uma campanha na internet solicitando atenção das autoridades para o caso. O local é responsabilidade da Capitania dos Portos.

Na campanha “Acenda o Farol”, uma imagem chama a atenção dos internautas e já rendeu centenas de compartilhamentos. A fotografia foi produzida na noite do último domingo (11), quando um dos idealizadores da iniciativa se posicionou em frente à estrutura com uma lanterna para iluminar o monumento abandonado. “O farol é um claro sinal de que toda a Ilha do Mel está carente de atenção e suporte”, afirma o fotógrafo Bruno Santos, de 34 anos

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Ele foi o responsável pela iluminação do monumento enquanto seu colega Gustavo Schiavon enquadrava a imagem e dava o clique que está chamando a atenção nas redes sociais. “É uma tentativa de chamarmos a atenção para este problema, porque o farol está jogado às traças, sem cumprir sua função de guiar e iluminar, nem de impressionar”, lamentou Schiavon.

Assim como eles, o morador Guilherme Mejia, 59, também vê a situação com tristeza. Administrador de uma pousada da região, ele costumava observar a luz do farol, ao longe, durante a noite. “Só que agora está totalmente apagado, o que é uma pena porque se trata de um monumento simbólico que ainda deve ser usado para navegação. Ele deveria ser preservado”, pontuou.

As fotografias utilizadas na campanha foram produzidas na noite estrelada do último domingo (12)Gus tavoSchiavon/Colaboração

Além de estar apagado e tomado pela ferrugem, o abandono do farol também é perceptível ao seu redor. Como apontam os moradores, o descaso também é perceptível ao redor da estrutura, onde há muito mato e necessidade urgente de cuidado. “O mato cresce indiscriminadamente ao seu redor. Não há preocupação com o paisagismo”, lamenta Schiavon.

Patrimônio da humanidade

Para ele e seu colega, o problema é um “enorme desrespeito e total desinteresse em preservar a ilha, que é patrimônio da humanidade”. Em 1991, todo o trecho de Mata Atlântica entre a Ilha do Mel a Serra da Juréia, em Iguape, São Paulo, foi declarada Reserva da Biosfera pela Unesco. Já em 1999, passou a ser considerado Patrimônio Natural Mundial.

Além de estar apagado, a estrutura do farol está danificada e necessita de manutençãoBruno Santos/Colaboração

Além disso, o Farol das Conchas – como é chamado – é considerado um dos principais pontos turísticos da região, podendo ser avistado de quase todos os pontos da ilha. A estrutura existe desde abril de 1872, e sua construção foi ordenada pelo imperador D. Pedro II para modernizar a navegação comercial brasileira. A obra foi realizada por uma empresa inglesa, enquanto os materiais utilizados foram importados da Escócia, que possuía a mais avançada tecnologia na área.

Atualmente, turistas e moradores precisam subir 150 degraus e passar por algumas rampas do Morro das Conchas para chegar ao farol. Só que, lá em cima, o cenário é desmotivador. “Para alguns pode parecer irrelevante, mas eu gostaria muito de ver o Farol da Conchas funcionando, restaurado e preservado”, solicitou Santos, que pede a participação de mais pessoas na luta.

Resposta

A Capitania dos Portos do Paraná confirmou, em nota, que o farol ainda é utilizado como importante instrumento de navegação e que o fato de estar apagado foi constatado pela Marinha na última semana de fevereiro. “Durante este período, consta na lista de avisos aos navegantes a inoperância do farol”, informou.

Ainda segundo o órgão, o “monumento tem sofrido não apenas com a ação do tempo, mas, também, por atos de vandalismo, o que dificulta sua manutenção”. Diante disso, a marinha solicita apoio da comunidade local para inibir ocorrências como essa e afirma que substituirá o equipamento avariado em breve. O telefone para denúncias de depredação no local é (41) 3721-1542 e o e-mail para contato é o faleconosco.cppr@marinha.mil.br

Já as condições ao redor do farol são responsabilidade da prefeitura de Paranaguá. Em nota, a Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca do município informou que realiza os serviços de capinação e roçada periodicamente no local. Nesta semana os serviços foram realizados na segunda-feira (12) e na terça-feira (13).

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